Foram publicadas no Diário Oficial da União desta quinta-feira, as Instruções Normativas do Ministério da Agricultura que permitem o Estado suspender a aplicação da vacina contra a febre aftosa.
Na prática, o documento determina que a partir desta sexta-feira, 1º de maio, não é mais permitido aplicar as doses ou comprar o produto. Estoques remanescentes em revendas agropecuárias serão lacrados e haverá mudanças nas regras de trânsito de animais para outros Estados.
“Este é um importante passo para o reconhecimento do Rio Grande do Sul como área livre da doença sem vacinação e precisava acontecer antes do mês de maio”, explica o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do RS, Rogério Kerber.
A medida precisava ser tomada 12 meses antes da reunião geral da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) marcada para maio de 2021. A chefe da Divisão de Saúde Animal da Secretaria da Agricultura, Rosane Collares, afirma que o Estado está com uma expectativa bastante positiva em relação ao reconhecimento nacional e internacional. “Trata-se de mais um degrau importante na busca pela excelência na produção agropecuária, um trabalho conjunto realizado com decisões compartilhadas”, declara.
Inquérito sorológico
Entre os dias 18 e 22 de maio acontecerá no Estado a colheita de amostras para inquérito sorológico. Ao todo, serão coletadas 22 mil amostras de bovinos e bubalinos em 330 propriedades.
O objetivo é comprovar a ausência de circulação viral de febre aftosa em território gaúcho. O trabalho será realizado em propriedades indicadas pelo Ministério da Agricultura e é pré-requisito para formalizar o pedido de reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação junto à OIE.
O Fundesa realizou a aquisição de insumos e materiais para que a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural possa realizar a ação.
Prazo termina hoje
Os produtores que possuem bovinos ou bubalinos e vacinaram o rebanho entre 16 de março e 24 de abril podem realizar a comprovação da aplicação da vacina enviando a nota fiscal de compra para o e-mail ou Whatsapp da Inspetoria de Defesa Agropecuária do município da propriedade.
“Até agora, tivemos o envio de mais de 82,76% de comprovações, já computadas no sistema”, afirma o coordenador do Programa de Febre Aftosa da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Fernando Groff.
A finalização dos números deverá ocorrer até o dia 15 de maio.
Para saber
Apenas Santa Catarina possui a condição de zona livre sem imunização. O Paraná também busca a progressão e já no final de 2019 recebeu aval para deixar de aplicar as doses.