Inaugurado em 2012, o Estádio Alviazul se acostumou a sediar partidas e conquistas do Clube Esportivo Lajeadense ao longo dos anos. Com o futebol suspenso por tempo indeterminado no país em meio à pandemia, a casa do alviazul, situada no bairro Floresta, será disponibilizada para abrigar pacientes com Covid-19 em situação de vulnerabilidade social.
A parceria entre o clube, o governo municipal e a Junior Chamber International (JCI Lajeado) foi fechada na terça-feira, 28, com a assinatura do contrato de locação do estádio. Toda a estrutura do alojamento estará disponível para os pacientes durante o período de pandemia.
A estrutura, que está praticamente pronta para ser utilizada, terá capacidade para abrigar até 18 pessoas. “Era para ser o dobro, mas fizemos ajuste nas acomodações. Ficaria muito apertado e a ideia é que seja um espaço de isolamento domiciliar para essas pessoas”, explica o secretário municipal de Saúde, Cláudio Klein.
Desde que começaram a surgir os primeiros casos da doença em Lajeado, havia a preocupação com a população vulnerável. Segundo Klein, este novo ambiente servirá para aqueles que testarem positivo para o coronavírus e que não necessitam de internação hospitalar, mas que não dispõe de condições adequadas para ficar em isolamento domiciliar.
Cita o exemplo de imigrantes haitianos. Boa parte deles residem em imóveis compartilhados e dividem quartos pequenos. “O objetivo é pegar esses grupos. Não somente os imigrantes, como também pessoas de rua que não tem um ambiente para que possa fazer o isolamento”, salienta.
Estrutura organizada
O alojamento do Estádio Alviazul dispõe de sete quartos, dois banheiros, vestiários e um refeitório. Toda esta estrutura estará à disposição do município e pacientes. Nos últimos dias, o local passou por uma limpeza geral.
Segundo Cláudio Klein, a alimentação será fornecida pela prefeitura, bem como o material de higiene. Haverá café da manhã, almoço e janta. Já as roupas devem ser levadas pelos próprios pacientes. Uma assistente social fará o acompanhamento no local.
“Auxilio à comunidade”
Para o presidente do Lajeadense, Alexandre Sebben, a cedência do estádio é uma forma do clube contribuir com a sociedade em meio à pandemia. Ele lembra que o local estava fechado desde que as atividades do clube foram suspensas, já que a última partida oficial foi disputada em março.
“O Lajeadense está cedendo um espaço que está ocioso no momento. É um auxílio à comunidade num momento difícil desses, onde deve prevalece a solidariedade”, afirmou, em entrevista à Rádio A Hora 102.9.
Dívida com a RGE
Uma dívida do Lajeadense com a RGE, de R$ 12 mil, será quitada pela JCI e pela prefeitura. A entidade, que assinou o primeiro contrato com o clube, pagou a primeira parcela. O restante ficará por conta do município, bem como as contas de luz e água do estádio.