Sim, eu também prefiro não usar máscara.
Sim, estou com saudades de dar um abraço na minha mãe.
Sim, também quero caminhar na Júlio e ver este shopping a céu aberto funcionando a mil.
Sim, eu também quero sair do turno da Minuano, atravessar a rua e tomar uma cervejinha no bar.
Sim, eu também quero que as escolas voltem amanhã e a minha rotina familiar volte ao normal.
Sim, eu também quero acreditar que tudo vai passar e as coisas vão voltar ao normal.
Sim, eu quero tanta coisa.
Eu quero inclusive que os políticos em Brasília atrapalhem menos do que estão. Mas daí também já estou querendo demais.
Por querer tanta coisa, já aceitei que preciso mudar meu querer.
Os fatos e a realidade estão acima do meu querer.
Bem vindos ao novo normal. Está difícil de entender e aceitar? Sim, para mim também. Quer dizer que, de hora para outra, tudo vira ao avesso e tudo estava bom e eu não sabia? Sim, exatamente isso.
Mas que m… é essa?
Pois é, estamos todos na mesma. A diferença está no nosso comportamento e na forma como lidamos com tudo isso.
O melhor é admitir que o mundo não voltará a ser o de antes. Que a Júlio, como a conhecemos, não voltará ser a mesma. Que o jogo de futebol tradicional dos sábados à tarde não voltará nos próximos meses. Que a máscara será acompanhamento diário por longos meses.
Aceitar essas e tantas outras coisas é tão realista quanto aceitar que em Brasília continuará a bateção de cabeças dos nossos políticos.
Portanto, se as coisas mudaram, precisamos mudar também. E mudar significa sair ainda mais da zona de conforto, pensar diferente o meu negócio, criar novas alternativas na minha empresa, perceber as oportunidades que parecem inexistir, apressar aquilo que eu vinha empurrando com a barriga… Ou seja, aceitar a mudança e mudar junto. Este é o novo normal.
Apreensão pelo novo anúncio de Leite
Uma grande expectativa se criou em torno do novo decreto a ser anunciado pelo governador Eduardo Leite. A previsão é de que as novas regras de isolamento e flexibilização das atividades no Estado sejam comunicadas hoje.
Fato é que o Estado já falou que o Vale do Taquari está sob análise permanente e que medidas mais rígidas podem ser impostas, muito em função do avanços dos contágios em Lajeado.
Não aproveitamos a liberdade que nos foi concedida
De sexta a domingo, Lajeado viverá uma espécie de Lockdown. Ou seja, tudo fechado, exceto o essencial, ainda que com mais restrições do que é hoje. A decisão foi tomada ontem à tarde, em reunião do governo de Lajeado com o Fórum das Entidades.
Era notório que uma medida mais restritiva viria diante do aumento dos contágios, do esgotamento dos espaços no HBB e das ruas que começaram a receber muita gente.
O fato é: não soubemos aproveitar a liberdade que nos foi concedida. Voltamos a ocupar os espaços públicos – nos bairros e no centro – como se a normalidade estivesse voltando. E é importante dizer: a culpa disso não foi a reabertura do comércio. Até porque o movimento no comércio está muito, mas muito, aquém do esperado pelos lojistas.
A decisão por fechar praticamente tudo por três dias em Lajeado tem o objetivo de despertar uma empatia e bom senso maior na sociedade. Ainda tem gente caminhando pelas ruas sem máscara.
Verdade que a BRF e a Minuano se tornaram um grande foco de transmissão, ainda assim, também estão longe de serem os responsáveis únicos pelo tamanho da propagação em Lajeado. Aliás, o Ministério Público está com todos os olhos voltados para lá e monitora cada passo e movimento dentro e fora das duas organizações. Pode haver interdição? Sim, pode.
Mas voltamos ao nosso lockdown. Que aproveitemos o próximo feriadão para refletir mais e melhor sobre nosso comportamento. Se queremos achatar a curva de contágio, cada cidadão – eu, você seu vizinho, pai, mãe, amigo, chefe – precisa dar sua contribuição.
Ou nos conscientizamos disso, ou o lockdown de três dias pode se transformar em semanas. E isso, convenhamos, será dramático demais. Vamos cooperar?