O campo que arde

Editorial

O campo que arde

O campo que arde
Lajeado

A estiagem ganha proporções dramáticas no Rio Grande do Sul. Desde o fim do ano passado, a falta de chuvas gera prejuízos milionários para o principal setor econômico do estado.

No Vale do Taquari, as perdas já superam mais de R$ 250 milhões nas lavouras de soja, milho grão e silagem. Agricultores em diversas localidades do interior da região estimam o comprometimento de mais de 50% da produção.
A perspectiva de chuvas inexpressivas até o fim do primeiro semestre e a possibilidade do fenômeno La Niña aumentam a apreensão no campo. Nas últimas semanas, o contexto de pandemia agravou ainda mais a situação, especialmente com a crise econômica que começa a se instaurar.

Considerada o pior fenômeno desde 2010, a seca já se tornou histórica e representa um abalo muito forte na economia estadual. Para piorar, houve ainda a demora do governo federal em dar uma resposta ao clamor das organizações gaúchas ligadas ao campo e de autoridades políticas locais.

Lavouras comprometidas, poços e açudes secos, animais fracos e desnutridos. A cena se repete pelo interior e as consequências atingem todos os segmentos da agropecuária, com reflexos importantes nos outros setores.
Rios, arroios e açudes secam e comunidades enfrentam racionamento de água e criações de animais para indústrias são suspensas. Relatório da Emater\Ascar-RS mostra que das 36 cidades do Vale, pelo menos 29 decretaram situação de emergência.

Como enfrentar esse problema cíclico, que periodicamente assola as propriedades? São nesses períodos que se torna indispensável a presença do poder público. No entanto, as medidas não podem se restringir a ações paliativas, mas sim estruturais e de longo prazo.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, estado que depende eminentemente do setor primário, urge a criação de um sistema inovador de irrigação no meio rural. Ainda são poucas ou insuficientes as políticas públicas voltadas para o campo, capazes de fazer com que a principal fonte de riquezas do RS não continue como refém do tempo.

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