Quem estaciona o carro na garagem administrada pelo empresário Vaner Luís Hofstetter, em Lajeado, fica surpreendido pelo tamanho de uma planta trepadeira cultivada na cerca. “Recebi duas sementes do meu cunhado. Ele achou que era maracujá, mas quando cresceu logo percebi que não era”, conta.
Após recorrer a um agrônomo, Hofstetter descobriu que era Cruá. “Estou curioso assim como meus clientes para sentir o sabor. Ela exige poucos cuidados e pela pesquisa que recebi, é muito nutritiva, além de fortalecer o sistema imunológico”, antecipa.
As duas plantas ocupam toda extensão da cerca de 50 metros de extensão e devem gerar até 20 frutos com peso de até 3 quilos cada. Segundo o engenheiro agrônomo Derli Bonine, a Cruá é uma trepadeira e seus galhos atingem até 15 metros de comprimento. Por isso, é importante instalar postes e arames, ou mesmo, taquaras para que os galhos possam se fixar.
O espaçamento entre as covas é de 4 x4 metros. É recomendado adicionar cerca de 500 gramas de calcário, um quilo de cinzas e até oito pás de matéria orgânica. Irrigar semanalmente nos três primeiros meses e depois somente se faltar água na época de florada. O plantio deve ser feito de agosto a outubro.
Os frutos são empregados na culinária, ainda verdes, na forma cozida como legumes, além de utilizados em sopas, guisados, ou conservas. “Quando maduros são fatiados e descascados como melão. O sabor é adocicado e pode ser destinado para compor deliciosas sobremesas, sucos, licores, geleias, sorvetes e picolés”, explica. As frutas conservam-se até 2 meses após a colheita.
Muito nutritiva
A Cruá amadurece entre abril e agosto. É rica em cálcio, caroteno, fósforo, fibras, niacina, tiamina e vitamina C, além de apresentar propriedades antioxidante, vermífuga e digestiva.
“Na medicina popular é usada para eliminar vermes e melhora de incômodos intestinais. Quando transformada em suco, tira até a fome se consumida antes do almoço”, observa.
Para saber
A cruá é originária das Américas, conhecida popularmente por vários nomes tais como melão-caboclo, maracujá de cheiro, melão cheiroso, melão caboclo, ou melão-caipira. A fragrância dos frutos ajuda a repelir alguns insetos.
Em Sri Lanka, os nativos aproveitam a fragrância para perfumar roupas, casas e até altares religiosos, em determinadas épocas festivas.
As cores variam do vermelho ao roxo, dependendo da variedade. As plantas atualmente cultivadas tiveram procedência das matas do Pantanal no Mato Grosso do Norte e no Mato Grosso do Sul.