Ontem pela manhã, os vereadores de Lajeado se reuniram para debater formas de economizar o nosso dinheiro. Foram cálculos e cálculos para amenizar ao máximo o impacto sobre eles mesmos. Afinal, eles definem o próprio aumento salarial e agora discutem se merecem, ou não, o benefício de dois assessores particulares por vereador. E do lado de fora deste debate está o contribuinte, cansado de pagar a conta de quem insiste em legislar em causa própria.
É isso. O corporativismo dos legisladores brasileiros se encrespou em praticamente todas as casas legislativas estaduais e municipais. Em Lajeado, não é diferente. A maior parte dos nossos vereadores segue aliado ao principal objetivo de seus mandatos: manter e se possível ampliar os próprios privilégios e garantir as respectivas reeleições. É isso. E diante disso, é mera ilusão acreditar em uma eventual redução no quadro de comissionados.
Já escrevi e repito: nossos vereadores são “majestades” se comparados a outros municípios de igual porte a Lajeado. São dois assessores particulares por vereador, com salários de R$ 4 mil e R$ 5 mil. Ao fim do mês, o capricho das “majestades” custa ao contribuinte a “bagatela” de R$ 135 mil – o equivalente a dois respiradores mecânicos. Ah, e muitos desses assessores particulares possuem outros empregos, já que não precisam comprovar presença na Câmara.
A proposta de redução no numero de comissionados, apresentada na semana passada pela bancada tucana, não pode mais ser negligenciada. É uma medida branda, que ainda mantém um assessor particular para cada vereador. É necessário gastar menos e melhor. E se algum vereador por ventura acha impossível manter um bom mandato sem os assessores particulares, a solução é simples: dê lugar para quem consegue!
Ruídos aumentam no PT
Os ruídos aumentaram e muito dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Lajeado. Na tarde dessa quinta-feira, o presidente municipal da sigla, Carlos André Nunes, pediu o próprio afastamento da Direção Executiva do partido. Pela manhã, ele solicitou a exoneração do cargo de Assessor Parlamentar do Gabinete do vereador Sérgio Kniphoff (PT). É uma pena. Nunes é uma das mentes mais coerentes dentro do PT lajeadense, e vinha enfrentando as artimanhas de alguns correligionários despreocupados com a ideologia e só de olho nos cargos.
MP na pandemia
Desde o início da pandemia no Brasil, o Ministério Público do RS contabiliza 65 audiências extrajudiciais. No mesmo período, os oficiais executaram 19.851 diligências presenciais ou virtuais; 44.954 Termos de Ajustamento de Conduta, ajuizamento de ações, recursos e pareceres nos processos, que se enquadram no quesito manifestações; e 1.746 processos extrajudiciais, tais como inquéritos civis, procedimentos investigatórios criminais e procedimentos administrativos para acompanhamento, englobados como investigatórios.
No mesmo período, o MP/RS registra 4.807 notícias de fato que foram abertas, ou seja, denúncias recebidas ou situações que chegam ao conhecimento do promotor que podem ou não merecer investigação. Também chegaram 24 mil ofícios, notificações, mandados e informações. É um sinal de que, mesmo em tempos de pandemia, isolamento – vertical ou horizontal –, quarentena ou “achatamento de curvas”, a judicialização segue como uma das principais regras no país do futebol.
Rescisões de secretários
A rescisão de trabalho de ex-secretários municipais que retornaram à Câmara de Estrela gera polêmica no município. O valor é bastante considerável em alguns casos e, entre as justificativas, estaria o não aproveitamento das férias. E é aí que o caso fica mais espinhento. Enquanto alguns agentes públicos usam esse argumento para justificar as cifras, muitos contribuintes afirmam que os mesmos aproveitaram, sim, períodos de férias, inclusive com fotos nas redes sociais. O assunto tem pano para a manga!
Desprezo à informação!
É delirante a posição de certas pessoas ao negarem todos os fatos expostos pela mídia em geral. O desprezo à informação e os recentes ataques direcionados à imprensa – inclusive com agressões físicas – criaram uma espécie de universo paralelo, onde cada indivíduo acredita tão somente em suas próprias verdades, ou nas verdades via WhatsApp. Os meios de comunicação nunca devem ser tratados como “os donos da verdade”, claro. Não há verdade absoluta. Mas a alienação coletiva precisa ter limites. E as agressões precisam cessar!
Luto no Vale do Taquari
Prefeito Herbert Brackmann, que morreu aos 92 anos de idade. Ele foi vereador, de 1959 a 1963, e chefe do Executivo de Bom Retiro do Sul, de 1965 a 1969. Em Lajeado, Ricardo Kauffmann, 61 anos, popularmente conhecido por “Kako”, faleceu de problemas cardíacos. Mestre na cozinha e muito conhecido no meio social e esportivo, deixa a esposa e duas filhas. Entre elas, a presidente da FEPAM, Marjorie Kauffmann. Meus sentimentos a todos os amigos e aos familiares!
