Lajeado endurece regras de isolamento a idosos e bares

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Lajeado endurece regras de isolamento a idosos e bares

Vale do Taquari

O Estado volta os olhos sobre Lajeado. Videoconferência realizada ontem à tarde pela secretária estadual de saúde com integrantes do comitê do enfrentamento à covid e ministério público, tratou sobre os avanços dos casos na maior cidade do Vale, especialmente no que diz respeito aos contágios nos frigoríficos das empresas Minuano e BRF. Hoje, inclusive, virá até Lajeado um representante da secretaria estadual para analisar as ações desenvolvidas na cidade e averiguar a capacidade hospitalar para destinar um eventual socorro ao município.

Ao mesmo tempo, o prefeito Marcelo Caumo anunciará no fim desta manhã, novas medidas de isolamento. A ideia é restringir, por exemplo, horários de gratuidades nos ônibus para os idosos, a fim de frear a saída deles de casa. Infelizmente, os grupos de risco continuam trafegando, e muito, pelas ruas da cidade.

Outra medida proibirá a abertura dos bares e lanchonetes ao longo de toda extensão da rua Carlos Spohr Filho, justamente para evitar aglomerações de funcionários das duas empresas. Ainda, será aumentada a fiscalização sobre atuação de bares e lanchonetes em toda a cidade, especialmente onde há venda de bebida alcoólica. A medida se ergue diante das aglomerações indevidas registradas nos últimos dias em determinados pontos. Sem falar que, a partir de hoje, começa a valer o decreto que exige o uso de máscaras.

O fato é que os contágios em Lajeado estão acima da curva se comparados a outras cidades do mesmo porte ou na proporção de numero de habitantes. Não é por nada que as medidas sanitárias continuam sendo invocadas como nunca.

Aliás

O Ministério Público acompanha de perto toda a movimentação. Na semana passada, o promotor Sérgio Diefenbach deixou claro que, caso a retomada do comércio for provocar um aumento no número de contágios, o MP não hesitará em suspender o decreto que flexibiliza as atividades. Muito por isso, o governo anuncia novas medidas de isolamento para evitar aquilo que todos temem: novo fechamento de atividades econômicas.


Chega de dar ouvidos aos “tudólogos”

Aos poucos, a gente vê acontecer no Brasil o que há alguns dias víamos apenas no exterior. Ontem, o país registrou recorde de mais de 400 mortes por covid-19 num único dia. Manaus é o caso mais dramático, com cenas que impactam e chocam. Em São Paulo, o cenário não é muito diferente, com índices igualmente alarmantes.

Claro que são realidades, geografias, culturas, climas e proporções totalmente diferentes das nossas. Por outro lado, chega de negligenciarmos o vírus e acharmos que temos que pegar logo, ou que a gente não pega, ou que aqui não tem, ou sei lá o que. Se a gente quer evitar um Lock Down – como vimos na Espanha e na Itália, e devemos ter em algumas regiões aqui no Brasil – temos que fazer o tema de casa. Vamos cuidar mais. Vamos levar a sério. Dar ouvidos e “trela” para os “tudólogos” de plantão é assinar um cheque suicida.

Será muito triste se tivermos que pagar a conta da nossa negligência com mortes de conhecidos, amigos, familiares. Estamos numa região pequena, onde o controle ainda é mais viável do que nos grandes centros, ainda mais, se a sociedade fizer a sua parte. Deixemos de ser egoístas para evitarmos o pior. Usar máscara é o mais básico, mas nem todos o fazem. Estamos esperando pelo quê mesmo?

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