As máscaras penduradas em uma árvore chamam a atenção de quem passa na rua Gustavo Wienandts, centro de Arroio do Meio. Um bilhete esclarece a situação inusitada. “Máscaras: se precisa, podes levar. Lave com água e sabão”.
A ação voluntária foi idealizada desde o começo de abril pela professora de corte e costura do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Marli Gasparotto Nos, 62.
Iniciou após receber uma doação de TNT da amiga Isolde Stürmer e conseguir elásticos com um grupo de docentes do Guararapes – escola estadual onde foi diretora e lecionou disciplinas como Português.
A arroio-meense passou a confeccionar os equipamentos de proteção com ajuda de alunas. Em isolamento e sem saber como distribuir, resolveu colocar na árvore em frente à residência.
“Fiquei contente quando as pessoas começaram a levar. Tem gente que faz volta na quadra para pegar uma máscara. Não imaginava tamanha divulgação”, conta a professora que é parada nas ruas para receber elogios.
Na manhã de ontem, cerca de 15 máscaras haviam sido levadas por interessados em menos de 30 minutos. Marli estima ter produzido mais de 800 nas últimas semanas. “Vi que em Santa Catarina há um movimento parecido. É bom ter ideias para ajudar outras pessoas”, afirma.
A professora de costura deve seguir com a distribuição de máscaras na árvore nos próximos dias, entretanto destaca que a matéria-prima está acabando.
Ela e outras costureiras do município também focam na produção de equipamentos protetivos como aventais e máscaras aos profissionais do Hospital São José de Arroio do Meio, casa de saúde que integra a rede Divina Providência.
Ontem, o governo municipal de Arroio do Meio determinou a utilização de máscaras em espaços de uso comum, vias públicas e transporte coletivo.