Zolgensma, o remédio mais caro do mundo, pode ser registrado no Brasil em maio. Se aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o prazo máximo de regulação do Zolgensma é em junho deste ano.
Com isso, a aplicação do medicamento, que trata a Atrofia Muscular Espinhal (AME), será permitida em território nacional. Até hoje, todos os brasileiros que tiveram acesso ao remédio, fizeram a aplicação no exterior.
No Brasil, 15 crianças sofrem da doença que acomete pessoas de 0 a 4 anos. Dentre elas, está a menina Lívia Teles, de Teutônia. Os pais de Lívia começaram uma campanha para arrecadação de fundos para aplicação do remédio que custa R$ 9 milhões.
Uma articulação do deputado federal Lucas Redecker, o prefeito de Teutônia, Jonatan Brönstrup, e o pai de Lívia, Anderson Teles com o gerente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), João Batista da Silva Junior, busca reduzir os custos e regularizar a aplicação dos medicamentos, para Lívia e os demais pacientes da doença no país.
A eficácia do medicamento é comprovado cientificamente, principalmente, se for aplicado até os primeiros 2 anos de idade. Para o chefe do Executivo de Teutônia, “é uma corrida contra o tempo”, declarou Brönstrup.
O protocolo da Anvisa estipula que remédios que alteram o material genético (DNA) dos pacientes, tem o prazo de até 120 dias para serem regularizados. Os remédios ficam sobre a condição de registro provisório, uma vez que usuários deste tipo de remédio devem ser fiscalizados de 5 a 15 anos para monitoramento de possíveis efeitos colaterais.
No entanto, o deputado federal Lucas Redecker vê com bons olhos o aceno de aprovação da decisão pela Anvisa. A instituição já entrou em contato com o laboratório Novartis, que comercializa remédios como Cataflam e Ritalina, para que instrumentalize, desde já, os médicos e hospitais a fazer a aplicação inédita do remédio no Brasil. “A Anvisa me surpreendeu positivamente. Eles estão fazendo uma força-tarefa para passar os trâmites internos no máximo até junho”, declarou Redecker.
Caso a regularização se confirme, o deputado federal pretende diminuir os custos de importação, com a isenção de impostos que pode ser cobrados. Posteriormente, a intenção é incluir no lista de medicamentos aplicados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No momento, o foco é o registro na Anvisa: “temos que subir a escada degrau por degrau” ponderou o deputado federal.
O pai de Lívia, Anderson Teles se preocupa com a sua e outras famílias que sofrem pelos filhos diagnosticados com AME. Para Teles, o medicamento no Brasil “vai trazer um alento e um conforto para as famílias que tem pacientes com essa doença e que podem evoluir de uma criança sadia a uma criança com uma vida praticamente normal”, afirmou.