O pior dos mundos é o da desesperança. Ele traz medo, rancor, oportunismo e violência. Alguns setores políticos, econômicos e até da imprensa parecem ignorar esta realidade, e insistem em instaurar um clima de caos. Típico de quem torce pelo “quanto pior, melhor”.
Não é simples separar a dose de exageros e o jogo de interesses dos que tentam criar uma verdade que lhes convém. Estabelecer um clima de equilíbrio na população não permite tirar o mesmo proveito político, econômico ou de atenção quando o contrário. Então, para alguns, o caos é um ótimo produto de barganha.
Aqui excluo as preocupações e notícias das autoridades de saúde, ainda mais dos cientistas que se aprofundam no tema e nos orientam com dados concretos sobre o coronavívus. Afinal, atender às recomendações sanitárias, com a devida precaução e cuidados de higiene, distanciamento e cooperação, é o dever mínimo de cada cidadão. O resto é imprudência, que beira a loucura.
Minha reflexão tem outra direção: os discursos negativistas sobre saúde, economia e o futuro do “mundo” na boca dos quem têm “segundas intenções”. Começa no Congresso, passa pelo Planalto, se alastra no sistema financeiro, na globalização e até em setores da mídia.
Para começo de conversa, o mundo nunca experimentou algo nestas circunstâncias, apesar de possuir tantos recursos científicos. Ninguém sabe ao certo onde vamos chegar ou parar. Por isso, não consigo me desesperar, muito menos contaminar com as manchetes negativistas que alguns insistem em “vender” a qualquer custo.
Os prognósticos de caos no sistema de saúde e na economia podem ou não se confirmar. Mas alguns já sentenciam como certos. O contrário também é verdadeiro. Tem maluco que acha a doença uma farsa. Enfim.
Se comparados os números de outras doenças curáveis – como câncer, pneumonias, H1N1, etc. -, ou mesmo os acidentes de trânsito, vemos que o número de vítimas do coronavírus ainda tem um longo caminho para chegar próximo. Ao menos aqui no Brasil.
Não fosse a falta de remédio, sequer estaríamos falando de coronavírus. Talvez nossa conformidade seria parecida a dos acidentes de trânsito que matam milhares de brasileiros numa verdadeira carnificina nas estradas. No entanto, isso parece não assustar, não importar.
Para cuidar e atender as exigências de saúde não é necessário implantar um clima de guerra e terror como se tudo fosse sucumbir e todos fossemos morrer. Os números e dados nos cristalizam os riscos e conseqüências sanitárias e econômicas quando subestimados, mas isso é algo meio lógico.
Aqui no A Hora buscamos estabelecer uma pauta positiva, diariamente. Nossa central de jornalismo é orientada a atualizar os números relacionados ao Coronavírus, mas também é desafiada a encontrar pautas vencedoras. Afinal, as pessoas continuam vivas, trabalham, se alimentam, precisam seguir em frente.
Faz menos de um mês que o Grupo A Hora iniciou suas operações de radiodifusão. Um novo negócio entrou no ar em uma época desafiadora, onde a resiliência e capacidade de acreditar no futuro se impõem sem vacilar. Conudo, desde que o mundo é mundo, os desafios são superados por quem acredita na superação.
O mundo, o Brasil e todos nós estamos diante de uma prova enorme. É a nossa vez de mostrar que as dificuldades existem para serem vencidas. Olhar apenas para o buraco tende a nos cegar das possibilidades em sua volta. Por isso repito: não consigo me contaminar com este negativismo aparente e implantado por quem não tem compromisso, nem interesse com o equilíbrio das coisas.
E aos que adoram o efeito manada, recomendo boas leituras sobre como a humanidade venceu os desafios em meio às guerras, epidemias e crises no passado.
Aqui no Vale do Taquari sobram motivos para seguirmos em frente, com força, coragem e entusiasmo. Basta tirar a cabeça do buraco e observar um pouco mais o que tem em sua volta.
É bom nunca esquecer que a interpretação negativa ou positiva é uma escolha. Eu prefiro a que me agrega, jamais a que me atormenta. Isso já faz uma enorme diferença para enxergarmos “além da pandemia”, como bem referiu nesta semana, o empresário, Martin Eckhardt, da Sorvebom, em entrevista ao A Hora Bom Dia.
Chegou a vez dos vereadores!
Em meio aos desafios surgem alentos. Isso apenas confirma que as crises tensionam e nos fazem pensar e agir além do comum. Vários exemplos positivos na região, nos últimos dias. Em Estrela, os vereadores reduziram em 20% os salários dos agentes políticos. Em Teutônia e Arroio do Meio diminuíram, oportunamente.
Em Lajeado, dois vereadores protocolaram projeto de lei para reduzir 19 cargos de confiança. E acreditem: ainda sobram outros 24 para lotar os corredores do Legislativo.
De qualquer modo, a redução de quase metade dos assessores com salários entre R$ 3,5 e R$ 5 mil propiciará uma economia de R$ 6,4 milhões no próximo mandato. Por este número podemos fazer uma ideia do tamanho da conta que pagamos nas nossas cidades, nos estados e no país.
Fundamental para a democracia, o parlamento é a única e legítima representação popular. Os demais poderes são servidores da população. O poder legislativo emana de seus pares, o povo. São os vereadores os legítimos representantes e, portanto, devem atender aos anseios de seu povo, que neste momento quer reduzir custos.
Na próxima semana, a redução dos CCs será a pauta da câmara de Lajeado. Ainda que contrariados, alguns devem “cair em si” e assinar a proposta legislativa para evitar que esta vire “cabo eleitoral” apenas de alguns.
O fato de apenas dois vereadores terem tomado a dianteira desta proposta pode até ser criticada, mas é compreensível. Se a proposta de redução fosse levada aos 15 vereadores, jamais chegaria ao protocolo. Sobram experiências nunca reveladas à população.
Desta vez, se a redução não ocorrer, a comunidade lajeadense não perdoará. Me arrisco em dizer que, dificilmente, um vereador se reelegerá se continuar a defender 43 assessores na câmara de Lajeado. Até por que, o discurso fulminante que isso propiciará aos demais candidatos a vereador, fará com que o desgaste custe uma eleição. Sem falar da vigilância da imprensa que, se responsável, pautará este tema sem trégua.
Apesar de alguns incomodados, tenho convicção que Lajeado reduzirá o número de assessores. Com isso, o Legislativo recupera, em partes, a credibilidade que tanto necessita.
Sejamos vigilantes!