• Como foi se tornar policial?
A vontade de ser policial surgiu pela admiração que desde menino adquiri. Logicamente, o fato da estabilidade, que tantas pessoas buscam, também contribuiu. A dedicação ao estudo foi grande. Durante pelo menos um ano estudava cerca de cinco horas por dia de segunda a sábado e no mínimo nove horas no domingo, quando estava de folga no antigo trabalho. Foram dias de poucas horas de sono. Também do que vivemos agora, de distanciamento social. A parte física também não podia ficar de fora, mas fazer exercícios era algo mais tranquilo para mim.
• O que representa ser policial? Qual a importância da atividade à sociedade?
Apesar da falta de reconhecimento por boa parte da sociedade, a polícia é, e continuará sendo, a barreira entre a ordem e o caos. Durante o meu serviço, procuro mostrar isso às pessoas, sempre com respeito e cordialidade. Ser policial é uma oportunidade extraordinária de auxiliar quem precisa e de contribuir para o bem da comunidade.
• O que o dia a dia nas estradas lhe ensinou sobre a educação e cultura da sociedade? O comportamento no trânsito é um reflexo da Educação?
Grande parte da sociedade ainda precisa definir o que espera da polícia. Muitos motoristas reclamam da falta de fiscalização, mas quando avistam policias fiscalizando, informam os demais com sinal de luz ou nos grupos de WhatsApp, sem se importar com o fato que podem estar alertando um criminoso. Com relação a esse e aos demais comportamentos dos condutores no trânsito, eu não tenho dúvidas de que está também relacionado com a educação e a cultura.
• Tem um filme chamado Crash, de 2004. São diversas histórias de momentos limites, em que cada personagem tem reações diferentes diante de situações extremas. O que lidar com vida e morte ensina sobre inteligência emocional? Como foi para você criar resiliência diante de momentos dramáticos?
Em nosso serviço nos deparamos com inúmeras situações em que precisamos manter o controle emocional. São atendimentos, acidentes e enfrentamento à criminalidade. No curso para ser agente, já começamos a ser preparados para isso. Então sempre procuramos nos concentrar naquilo que precisa ser feito e em como fazer.
• O que momentos como o atual, de crise, de uma ameaça invisível, pode ensinar às pessoas? Como espera que a sociedade saia desse medo do coronavírus?
Quando essa fase passar, espero que tenhamos nos tornado pessoas mais maduras e menos egoístas. Menos fúteis, com mais empatia, e mais focados nas coisas que realmente importam.