Medida autoriza venda além das fronteiras municipais

Agricultura

Medida autoriza venda além das fronteiras municipais

Com o cancelamento das feiras, famílias comemoram novo canal de comercialização

Medida autoriza venda além das fronteiras municipais
Petter comemora liberação e busca novos clientes para vender o mel da agroindústria criada faz sete anos
Vale do Taquari

Sem poder participar de exposições e tendo apenas o Sistema de Inspeção Municipal (SIM), Airton Petter, de Colinas, proprietário de uma agroindústria de mel, viu as vendas despencar. “Só no mês de março estava inscrito em umas três. Na Expoagro Afubra vendia 700 quilos. Diante da Covid-19, tudo foi cancelado e este dinheiro deixou de entrar”.

Para ele, a medida traz novas oportunidades de negócios. “Posso oferecer os produtos para mercados de toda região. Pena que vai ser por pouco tempo”. Antes da portaria, além das feiras, a maior parte era vendida diretamente na propriedade ao preço médio de R$ 15 o quilo.

“É um limitador, pois não se pode colocar o produto em nenhuma gôndola fora da cidade. Aguardamos pelo Susaf e enquanto isso corremos para aproveitar o momento e conquistar novos clientes”, diz. Por ano são processados em torno de 10 mil quilos de mel.

A agroindústria da família Petter é uma das 3,6 mil beneficiadas com a portaria emitida pelo governo estadual. Segundo o secretário de Agricultura, Covatti Filho, a medida busca amenizar as perdas provocadas pelo cancelamento das feiras em virtude do coronavírus.

Esta terá validade enquanto durar o decreto de calamidade pública. “Quem tiver apenas o Sistema de Inspeção Municipal (SIM) pode vender para todo RS. Será a chance de recuperar em parte as perdas com os eventos cancelados”, entende.

Único canal de vendas

Conforme Jocimar Rabaioli, assessor de política agrícola e agroindústrias familiares da Fetag-RS, a portaria dá fôlego aqueles que estavam preparados para feiras que foram canceladas, adiadas. “Muitos ainda têm inspeção municipal, e a única forma de venda era nesses espaços. Não estavam conseguindo colocar os produtos no mercado”, afirma.

Para o assistente técnico regional da área de Organização Econômica da Emater Regional de Lajeado, Alano Tonin, a maioria dos empreendimentos registrados no SIM enfrenta dificuldades de venda, pois muitos estão em pequenos municípios onde a população produz os alimentos de origem animal. “Fica complicado manter escala de produção e dar conta dos custos fixos, principalmente em época de pandemia. A autorização veio em boa hora”.

Adesão ao Susaf

Para manter a venda após o coronavírus, Tonin orienta os proprietários a buscar a adesão ao Susaf ou Sisbi. “Todas tem qualidade, sanidade e segurança alimentar para vender além dos limites municipais, no entanto o registro no SIM impede”, esclarece.

De acordo com ele, os municípios tendo a inspeção municipal bem organizada facilita a migração para os outros sistemas. “Basta comprovar a efetividade do serviço e cumprir um check list de documentos”, finaliza.

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