Em menos de quatro meses, a Ouvidoria de Lajeado já recebeu o dobro de ligações na comparação com o mesmo período do ano passado. O período de quarentena, onde uma série de restrições foram impostas a alguns setores, impulsionou a busca de moradores por um canal para tirar dúvidas ou fazer reclamações.
Desde o começo do ano, segundo o coordenador da Ouvidoria de Lajeado, Günther Mayer, foram protocoladas 1.737 reclamações, denúncias, sugestões ou dúvidas da comunidade. Destas, 1.322 ocorreram desde o dia 21 de março, após a publicação do decreto municipal que recomendava o isolamento social na cidade, com o fechamento do comércio.
Como comparativo, em 2019, nos quatro primeiros meses, foram 941 reclamações. Em todo o ano passado, a Ouvidoria atendeu 2.858 demandas.
Trabalhando de casa por pertencer ao grupo de risco do coronavírus, Mayer explica que muitas demandas que chegam até a Ouvidoria não são propriamente queixas. “Nos primeiros dias do decreto, era impossível atender todo mundo no telefone ou no WhatsApp, era um caos. Muitas pessoas estavam preocupadas sobre o que poderia fazer ou não”, comenta.
Segundo Mayer, as ligações se acentuaram sempre às vésperas ou após a publicação de decretos, seja do município ou do estado. “Agora, que está prestes a sair um novo decreto, as pessoas estão preocupadas de novo e começam a telefonar mais vezes”, salienta.
Pode ou não pode abrir?
Neste período, boa parte das ligações que a Ouvidoria recebe se referem a dúvidas sobre estabelecimentos que podem ou não abrir as portas. Elas lideram o total de reclamações neste período (385), seguido por bares que funcionam irregularmente (142). Mayer alerta que muitas denúncias chegam incompletas, dificultando o trabalho do órgão e a resolução do caso.
“As vezes precisamos pesquisar. Falam que em tal rua tem um bar aberto ilegalmente. Mas não dizem o número, o nome ou um ponto de referência. Nosso trabalho acaba não sendo somente de atender, e sim de pesquisar, verificar, ver se a denúncia procede”, afirma.
Aglomerações e som alto também estão entre as reclamações que chegam até a Ouvidoria. As denúncias, conforme Mayer, são feitas principalmente em horários onde as pessoas estão saindo ou chegando em casa. “Ocorrem antes das 8h e do meio dia, e depois das 18h até umas 22h, 23h”.