Pandemia muda planos de estudantes do vale no exterior
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Intercâmbio

Pandemia muda planos de estudantes do vale no exterior

Intercambistas enfrentam dilemas como o retorno antecipado para a casa ou isolamento social em um país distante

Pandemia muda planos de estudantes do vale no exterior
Morador de Teutônia, Jackson Von Mühlen está na Colômbia desde o início de fevereiro
Vale do Taquari

Dos 35 estudantes da Univates que realizam intercâmbio no primeiro semestre de 2020, seis retornaram para casa mais cedo por orientação de universidades do exterior ou vontade própria. A pandemia que assola o mundo também prejudica o sonho dos jovens de viajar e conhecer novas culturas durante o período universitário.

Conforme a diretoria de relações internacionais da Univates, Viviane Bischoff, os alunos da Univates que permanecem em intercâmbio estão em países da América do Sul, Europa e na China. “Eles estão bem e vivem mais ou menos da mesma forma que nós, com contato apenas com pessoas do alojamento”, resume.

A situação atípica imposta pela covid-19 faz a Univates estudar a possibilidade de ampliar o número de prorrogações dos intercâmbios ou até abrir exceção para uma nova oportunidade de intercâmbio. “Tem gente que chegou no país e dois dias depois já estava em quarentena. Infelizmente não viveram o sonho do intercâmbio como ele foi sonhado”, comenta.

Sobre o próximo semestre, Viviane relata que já foi concluído a seleção dos futuros intercambistas. Entretanto a realização do intercâmbio ainda depende do controle do coronavírus pelos países.

Fernanda (direita)antecipou retorno para casa. Maria continua em Portugal

Despedida antecipada

No ensino médio do Colégio Santo Antônio, as amigas Fernanda dos Passos Pedroso e Maria Alice Görgen já sonhavam com a viajem cultural. As estudantes se matricularam no curso de Direito da Univates e, em 2019, se inscreveram para o intercâmbio em Leiria, cidade com cerca de 60 mil habitantes de Portugal.

Fernanda foi para a Europa em fevereiro e viajou um período com a mãe. Maria chegou no dia 1° de fevereiro. Até o dia 12 de março, elas frequentaram as aulas no Instituto Politécnico de Leiria. Foi quando ocorreu o estado de emergência e isolamento social no país.

A partir dai, as aulas foram transferidas para o sistema de ensino à distância. As jovens passaram a permanecer apenas isoladas em casa.

A situação fez com que Fernanda optasse por voltar para casa no dia 22 de março. “Vi que poderia fechar a fronteira. Pesou a questão familiar, queria estar perto de casa nesse momento”, comenta a jovem.

A amiga Maria Alice permanece em isolamento em Portugal, mas também estuda possibilidade de retorno antecipado antes do fim do intercâmbio marcado para 27 de julho. Conforme ela, nessa semana a universidade confirmou que todas as aulas do semestre serão ministradas à distância.

Buscar o lado bom”

Jackson Augusto Von Mühlen, 21, está em Bogotá, capital da Colômbia, desde o dia 2 de fevereiro. Deste período, faz cerca de um mês que está isolado na residência da família que o acolheu no país latino americano.

As medidas de isolamento em Bogotá são mais restritivas que as do Brasil, percebe o universitário de Teutônia. Conforme ele, há até toque de recolher na cidade e dias específicos para homens ou mulheres saírem às ruas.

Von Mühlen percebe as restrições, mas destaca que tenta “buscar o lado bom” da situação e manter uma rotina de atividades dentro de casa. “Interagimos muito com a família de colombianos e assim conseguimos absorver um pouco da cultura. Até aprendemos a fazer comida típica”, comenta.

O estudante pretende continuar no país até 24 de julho e tem expectativa que a pandemia na Colômbia seja controlada antes do fim do intercâmbio.

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