Piratini sob pressão

Editorial

Piratini sob pressão

O governo do estado decide até quarta-feira se as restrições às atividades econômicas no Rio Grande do Sul serão mantidas

Piratini sob pressão
Vale do Taquari

O governo do estado decide até quarta-feira se as restrições às atividades econômicas no Rio Grande do Sul serão mantidas. Como o prazo das atuais medidas expira nesta semana, a definição sobre os rumos da quarentena deve sair nos próximos dias.

Até o momento, a manutenção apenas das atividades consideradas essenciais tem sido acertada. O período possibilitou uma melhor organização da rede hospitalar, treinamentos, investimentos e compras de equipamentos fundamentais para o combate à pandemia.

A partir de agora, porém, manter as restrições a todos os setores começa a desenhar um futuro de crise socioeconômica sem precedentes. Mesmo que em certa quantidade sejam inevitáveis, o Estado precisa adotar medidas para reduzir as falências e demissões que acontecerão nos próximos meses.

Com as restrições iniciadas em 1º de abril, o RS ganhou fôlego para se preparar melhor contra o coronavírus. O próprio governador Eduardo Leite reconhece a possibilidade de flexibilizar o decreto conforme as peculiaridades de cada região. Para tanto, aguarda o estudo inédito preconizado pela UFPel para balizar as decisões em dados científicos.

É preciso reconhecer que o Piratini tem atuado de forma coerente, com preocupações tanto para a questão de saúde e a questão econômica. O Rio Grande do Sul tem particularidades em função do inverno mais severo e precisa ser tratado com muita responsabilidade para que não vire o epicentro da epidemia no Brasil na metade do ano. Ao mesmo tempo, o estado tem uma das situações financeiras mais graves do país e não pode deixar a economia colapsar.

Cautela e racionalidade são palavras de ordem nesta difícil conjuntura. Por onde passaram, as duas ondas da pandemia causaram sérios problemas. A primeira onda consiste na ameaça à saúde da população, números assustadores de óbitos e a derrocada do sistema de saúde. A segunda onda volta-se à economia, com consequências que podem levar a nação a uma profunda depressão. É preciso enfrentar ambas.

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