Talvez, simples assim!
Na vida nada é banal. Tudo tem uma razão de ser. A infelicidade ou o desespero não são reais. Eles são reflexo da forma como escolhemos interpretar as coisas. Aprender é uma escolha. Se desesperar também. Agradecer ou reclamar depende do grau de compreensão ou da expectativa que alimentamos. Ninguém é perfeito. Mas, podemos e devemos buscar ser melhores hoje do que ontem.
Domingo é Páscoa. Muitos de nós costumamos visitar os pais ou avós. Minha família é uma delas. Neste domingo, minha mãe e avó de seis netos teria motivo duplo para reunir a todos, pois completará 71 anos de idade.
A Páscoa e o aniversário da dona Romi serão diferentes. Os filhos e netos que, normalmente, enchem a casa lá no Chapadão, interior de Santa Clara do Sul, se limitarão a enviar vídeos e áudios pelo Whatsapp, pois ela é do grupo de risco e não pode receber a ninguém. Aliás, quem ama, protege e cuida.
Esta é a realidade de muitos, nesta Páscoa e, talvez, será ainda no Dia das Mães. Nem por isso devemos ficar tristes ou desolados. Afinal, as circunstâncias nos impõem lições e ensinamentos que tendem melhorar nossas percepções e valores sobre o que realmente importa.
Nos últimos dias recebi inúmeras mensagens e conteúdos, muitos inoportunos e desnecessários. Entretanto, dois me chamaram atenção em especial, os quais julgo úteis para compartilhar com os leitores nesta data especial.
Um deles é a imagem estampada ao centro desta página, que nos provoca e faz refletir sobre o que realmente devemos aprender com o cenário atual. Como estão nosso comportamento, nossa atitude e nossa expectativa em relação a tudo isso?
Se, dominados pela “zona do medo”, da raiva, angústia e impaciência, vamos para as compras e estocamos o que não é necessário. Ou reclamamos de tudo e de todos. Este é um comportamento pouco vencedor e muito amargo.
Existe uma fase mais evoluída para lidarmos com este momento desafiador. Ainda que mediano, este comportamento serve para elevar nosso estado de espírito a um patamar ainda superior. É o que na imagem sugere “zona do aprendizado”. Nesta fase começamos a compreender o fenômeno, tentamos nos melhorar, controlamos as emoções, avaliamos melhor as informações que chegam até nós e criamos maior consciência sobre nosso modo de agir e reagir.
O terceiro e último estágio é a “zona de crescimento”. É neste estado de espírito que alcançamos a maturidade e serenidade necessárias para enfrentar este momento diferente e conflitante. É a forma como encaramos os desafios, nos valendo de pensamentos mais altruístas e vencedores. A empatia ganha importância, a paciência se torna um aliado, a flexibilidade nos contagia, a gratidão nos encoraja e a esperança queremos transmitir.
Confesso ter experimentado os três estágios desde que a pandemia do Coronavírus apareceu em nossas vidas. Atualmente, sinto uma enorme alegria em compartilhar minha convicção que seremos muito mais fortes e humanos depois disso tudo passar.
E, se não passar, penso que vamos encontrar maneiras de conviver com a doença, assim como criamos mecanismos e antídotos para tantos outros problemas – muitos bem maiores – para seguir em frente.
Portanto, não consigo me deprimir, nem desencorajar e muitos menos perder a esperança de que o futuro é promissor. Ainda mais, quando leio ou penso sobre tantas crises que a humanidade já enfrentou ao longo de séculos.
Talvez, esta seja, realmente, a hora da verdade. Sempre é tempo de agradecer e enxergar o lado bom da vida e ser grato, como o pequeno Tiago Link, cujo vídeo pode ser assistido aqui ou acessando seu canal. Com 12 anos e deficiência física, ele nos dá a lição.
Sejamos gratos pela oportunidade de aprender e tenhamos esperança para seguir, pois são o desejo e a gratidão que nos movem e nos fazem bem.
Uma abençoada Páscoa e, obrigado a todos, pela leitura!