MP aguarda parecer sobre testes em 300 trabalhadores
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suspeita de surto

MP aguarda parecer sobre testes em 300 trabalhadores

Indústria alimentícia de Lajeado deve apresentar hoje para promotoria de Justiça os encaminhamentos

MP aguarda parecer sobre testes em 300 trabalhadores
Entre os dias 17 e 20 de maio, a empresa testou 636 funcionários ativos. Créditos: Arquivo A Hora
Lajeado

Os cinco casos comprovados de trabalhadores da Companhia Minuano de Alimentos de Lajeado colocam autoridades em alerta. O Comitê de Contingenciamento acompanha a situação e as medidas para evitar contágios na unidade que fica no bairro Moinhos.

Integrante da organização, o Ministério Público (MP) notificou a empresa para apresentar medidas adotadas para evitar contágios na empresa. “Nas reuniões do comitê, surgiu a preocupação de que houvesse um crescimento dos casos após as primeiras confirmações”, conta o promotor Sérgio Diefenbach.

Após o primeiro contato com a empresa, o MP recebeu um documento com informações sobre os movimentos da Minuano para garantir a saúde dos trabalhadores. De acordo com Diefenbach, comprovaram cumprir as orientações com relação a higienização, afastamento de estado, redução do contato entre pessoas. Faltou uma determinação exigida pelos órgãos sanitários, diz o promotor. Justamente os testes em trabalhadores com suspeita da doença.

A empresa aceitou custear os exames, mas há falta em todo o país. Com isso, a promotoria estendeu o prazo por mais 48 horas. Essa determinação vence nesta sexta-feira.

Em um primeiro momento, diz Diefenbach, a empresa havia comprado esses testes, mas foram retidos pelos governos. “A empresa nos diz que continua a procura dos exames. Enquanto não consegue, mantém um controle de saúde, com identificação de pessoas com qualquer sintoma gripal e consequente afastamento das funções”, relata o promotor.

Pelo decreto estadual, a indústria alimentícia faz um serviço essencial e permanece em atividade. Estima-se que a unidade opere com 60% do quadro funcional. Nesta semana, a Minuano informou que são 700 trabalhadores afastados. Destes, há 250 com sintomas gripais e outros 450 integrantes do grupo de risco que foram afastados. A recomendação para todos é que fiquem em isolamento domiciliar.

“Estamos no escuro”

Sem uma amostragem precisa da situação de contágio na indústria, não há condições de estabelecer o que deve ser feito, realça o promotor Diefenbach. De acordo com ele, se houver uma evolução em confirmações de contágios, uma das medidas seria o fechamento da empresa. “Todos querem evitar isso. O município, os serviços de saúde, o comitê. A falta de testes expõe uma carência geral do país. Estamos no escuro. Não sabemos se vai aumentar ou diminuir o número de casos.”

Para ele, dentro do contexto de não haver testes, a indústria não pode ser responsabilizada. “Não é culpa da empresa. É o contexto mundial.” Caso a Minuano não consiga os testes dentro do prazo estabelecido, será feita uma nova reunião do comitê municipal para debater alguma alternativa.

Em nota, a empresa informa: “após a confirmação de novos casos em nosso quadro de colaboradores, a Minuano comunica que os mesmos já haviam sido afastados para o isolamento domiciliar no dia 30 de março, prestando aos mesmos, toda a assistência que se faz necessária”.

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