Com passagem por diversos clubes profissionais do Brasil, Cristiano Freitas Ferreira, o “Cristiano Gaúcho” aposentou as chuteiras em 2019, aos 32 anos. Agora se dedica ao trabalho em uma loja de roupas e aos treinamentos de crianças.
Natural de Porto Alegre, fez toda a base no Grêmio. A estreia no profissional foi em 2005 na
cidade onde viria fixar residência futuramente. Na época com 18 anos veio com status de promessa
para o Lajeadense.
Após a passagem pelo Lajeadense, Cristiano rodou por diversos clubes do Brasil. No Rio Grande do Sul jogou no Juventude (Caxias do Sul), Porto Alegre (Porto Alegre), Cachoeira FC (Cachoeira do Sul), Aimoré (São Leopoldo), Milan (Júlio de Castilhos), 14 de Julho (Santana do Livramento), FC Santa Cruz (Santa Cruz do Sul), Ser Panambi (Panambi), São José (Porto Alegre), Rio Grande (Rio Grande).
Em Santa Catarina defendeu as cores do Internacional (Lajes), Hercílio Luz (Hercílio Luz).
Além da Região Sul, Cristiano passou pela região Norte, onde atuou no Paragominas, do Pará.
Já no Nordeste defendeu as cores de Sampaio Corrêa (Maranhão) e ASA (Alagoas). No Sudeste
teve duas experiências. Macaé, o Rio de Janeiro, e Comercial, em São Paulo.
MOMENTO MARCANTE
O momento mais marcante foi a primeira vez que jogou em uma partida transmitida pela Premiere. Atuando pelo Santa Cruz FC, em 2011, o atleta marcou o gol da vitória em cima do Pelotas pelo Gauchão. “Consegui fazer o único gol do jogo e ainda pude dedicar aos meus pais.”
APOSENTADORIA E FRUSTRAÇÕES
Sonhador, conseguiu realizar quase todos os objetivos na carreira. As frustrações ficam por conta de não ter sido convocado para a Seleção Brasileira de Base e também por encerrar a carreira antes
do previsto.
Sobre a Seleção destaca que o fato de não ter uma pessoa influente para cuidar da carreira influenciou. “Sabemos que no futebol acontecem muitas coisas nos bastidores”, relata. Já em relação a carreira um dos motivos que o levou a desistir antes foi a inconstância financeira e o fato
de poder ficar mais perto da família. “No interior se trabalha sem saber que vai receber.”
Ainda em relação a situação financeira, o atleta conta que tem muitos clubes que estão devendo
dinheiro até hoje. “Não sei ao certo os valores que teria para receber, pois passei por muitos clubes, mas com certeza não é pouco.”
DIFERENÇAS ENTRE PROFISSIONAL E AMADOR
Entre uma temporada e outra, Cristiano mantinha a forma no futebol amador. Para ele, o profissional é um jogo mais coletivo e se fizer um movimento errado pode estragar o esquema de jogo. Já no amador ele acredita ser mais fácil, pois os atletas se reúnem apenas nos dias dos jogos.
No amador ele acredita que é muito mais sorte do que qualidade. Outro destaque é o carinho do público. “O carinho que se recebe das comunidades no futebol amador é ímpar.” Outra grande diferença são os valores financeiros pago aos jogadores. “Muitos clube profissionais querem pagar R$ 600 para o atleta sendo que o mesmo ganha mais que isso em uma semana no futebol
amador, quem vive nos dias de hoje com R$ 600 ou R$ 800 ao mês?”, indaga.
FUTURO LONGE DOS GRAMADOS
Enquanto atuava no Lajeadense, Cristiano trabalhou na escolinha do clube por dois anos. “Foram
momentos incríveis.” Hoje, disponibiliza atividades para todos que tem o desejo de ser um atleta profissional. “Pretendo repassar aquilo que aprendi nesses anos como atleta.”
Sobre trabalhar com as crianças, o ex-atleta garante que é incrível e que permite emoções inacreditáveis. “Sempre falo que não basta chegar no jogo ser o melhor em campo ser um craque
se fora das quatro linhas ninguém gostar de estar com você devido ao seu caráter.”
Para Cristiano, o bom atleta é diferenciado dentro e fora de campo. “O bom atleta respeita seus companheiros seus pais professores e o adversário.”