Na Sexta-Feira Santa, feriado religioso comemorado amanhã, a maioria dos cristãos substitui a carne vermelha pela de peixe. Em anos anteriores, a oferta de pescado era farta, seja em feiras ou mesmo direto nas propriedades.
No entanto, em virtude da pandemia do coronavírus, diversos municípios tiveram que cancelar o evento para evitar grandes aglomerações.
Na região, a maioria das feiras está cancelada, a exemplo dos municípios de Sério, Lajeado e Boqueirão do Leão. Uma das únicas mantidas é a de Estrela, onde a venda ocorre hoje na Praça Professor Henrique Roolaart, das 7h às 19h, como também no acesso ao Bairro das Indústrias, na Rua Max Henrique Erichsen (em frente à empresa Fritsch e Azevedo), até as 17h.
Organizada pela Secretaria Municipal da Agricultura, a feira tem expectativa de vender 8 toneladas, ao preço médio de R$ 10 o quilo.
Vendas online
Em municípios onde a feira está suspensa, quem manteve a venda precisou inovar. É o caso da família Erig, de Cruzeiro do Sul. A venda é feita por meio do WhatsApp.
“Foi a saída para manter a comercialização e garantir o alimento para os clientes com segurança, sem risco de contágio da covid-19”, destaca Viviane Maria.
A previsão é de vender até mil quilos até sexta-feira de meio-dia. A entrega no município é gratuita. Já para Lajeado e Estrela, é cobrado um adicional de R$ 5 para o frete. “Mandamos fotos e vídeos para que o consumidor possa escolher. O preço varia de R$ 13 a R$ 15 o quilo, dependendo da espécie”, explica.
Oferta 28% menor
Segundo levantamento feito em 467 municípios pela Emater, a venda deve registrar queda de 28% – passa de 4.229.765 kg para 3.033.123 kg. De acordo com o extensionista Henrique Bartels, a estiagem e a pandemia resultam no cancelamento de várias feiras no Estado.
O preço médio praticado terá aumento de 3% (passa de R$ 13,66 para R$ 14,08). A movimentação financeira registra queda de 26%. “De R$ 57,7 milhões cairá para R$ 42,7 milhões”, calcula. A Semana Santa representa a venda de 25% da produção anual.
Prejuízo de R$ 1,1 milhão
De acordo com o levantamento da Emater Regional de Lajeado, nos 55 municípios de abrangência, o prejuízo chega a R$ 1,1 milhão. A previsão é de que sejam vendidas 343 toneladas de carpas e tilápias.
No ano passado foram mais de 520 toneladas. A movimentação financeira deve chegar a R$ 3,4 milhões, ante os R$ 4,5 milhões de 2019.
Conforme o zootecnista da Emater/RS-Ascar João Sampaio, nos pontos de venda é preciso respeitar as determinações dos órgãos de saúde.