Exemplo para Brasília

Editorial

Exemplo para Brasília

A classe política regional parece ter despertado para a importância do enxugamento da máquina pública

Exemplo para Brasília
Vale do Taquari

A classe política regional parece ter despertado para a importância do enxugamento da máquina pública. Iniciativas para a redução de salários de parlamentares e integrantes do Executivo se multiplicam em municípios do Vale do Taquari e merecem o reconhecimento da comunidade local.

Mesmo que a motivação possa ser interpretada como eleitoreira devido à proximidade do pleito, os movimentos são importantes e representam economias expressivas aos cofres públicos. Especialmente neste período em que todo recurso é relevante para o combate à pandemia de coronavírus, a austeridade virou palavra de ordem.

É preciso exaltar os exemplos de Arroio do Meio e de Teutônia. Frente à necessidade de ampliar os investimentos em saúde pública, prefeitos, vices, secretários e CCs terão o salário reduzido. As medidas valem imediatamente e podem ser prorrogadas nos próximos meses. O Legislativo teutoniense também deu sua contribuição e abriu mão de 20% do ordenado.

A câmara de Estrela também sugere uma diminuição salarial. O projeto foi protocolado e deve ser aprovado nas próximas semanas. Embora só inicie a partir da próxima legislatura, a decisão poderá ser ainda mais efetiva, pois tem caráter permanente.

Antes mesmo da pandemia virar uma ameaça real ao país, o debate sobre a diminuição dos custos do Legislativo é proposto e instigado pelo A Hora. Reportagem publicada em agosto do fim do ano passado demonstrava que custo total por ano dos salários dos legisladores do Vale ultrapassa R$ 15 milhões.

Longe de desvalorizar o trabalho feito pelas casas legislativas, a discussão tem como propósito alertar para a necessidade de rever o custo dos parlamentos para os cofres públicos. Segundo dados da União Interparlamentar, o Brasil tem o segundo Congresso mais caro do mundo. Ao todo, são mais de R$ 16,4 bilhões anuais.

As iniciativas na região servem de modelo à Brasília. A conjuntura atual exige que cada segmento faça a sua parte. Não apenas para o combate à pandemia em termos sanitários e de saúde pública, mas a crise socioeconômica que se desenha após a pandemia exigirá um corte radical dos excessos e desproporções que caracterizam o setor público brasileiro.

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