O prefeito de Farroupilha, Claiton Gonçalves (PDT), concedeu entrevista a Rádio A Hora 102.9 e anunciou que estuda a reabertura do comércio da cidade ainda nesta semana, contrariando o decreto estadual, que estabelece o fechamento dos estabelecimentos e de serviços não essenciais até o dia 15 de abril. O chefe de Executivo realiza adaptações junto ao Ministério Público (MP) e prepara medidas para garantir a segurança dos trabalhadores.
Segundo ele, mais de 100 fiscais foram treinados para trabalhar nas ruas, fiscalizando e orientando a população no intuito de conter o avanço do coronavírus. “A ação permitiria termos uma movimentação na economia com cautela”, explica o prefeito.
Gonçalves defende o uso de máscaras por toda comunidade. “Há um contraponto no decreto estadual que não fala em uso obrigatório de máscaras por parte de quem compra um serviço ou produto, ou daquele que oferece esse produto. No municipal, incluímos este item”, reforça.
O MP alega que o município deve seguir a regra estadual e manter o comércio fechado. “Entendemos que o estado tem a população bem distribuída, diferente das cidades verticais como São Paulo ou Rio de Janeiro, e as medidas deveriam ser diferentes para as cidades menores”, esclarece.
O chefe do Executivo de Farroupilha acredita que o melhor método é realizar um isolamento humanitário, que se baseia na proibição de pessoas acima de 60 anos e doentes crônicos trabalharem durante o período de pandemia do coronavírus. “Não podemos impedir o ir e vir das pessoas que tem saúde e imunidade alta para realizar suas atividades.”
Vila Jansen
No dia 19 de março, Farroupilha registrou o primeiro caso de coronavírus no município. Um jovem, que havia regressado da Inglaterra, testou positivo para a covid-19 e teve contato com 13 pessoas da comunidade de Vila Jansen, no segundo distrito. Naquela oportunidade, a administração municipal adotou medidas rígidas para conter o contágio. A comunidade ficou em quarentena pelo período de 14 dias.
A quarentena da comunidade já foi encerrado. As cerca de 300 pessoas que vivem no local ficaram isoladas sem o direito de entrar ou sair do distrito. “O período foi importante para estudo do comportamento da doença”, explica Gonçalves.
