O piscicultor Giovani Bianchini, 50, de Capitão, será o único a vender peixes no município nos dias 7, 8 e 9 de abril. Produtor faz quatro anos, mantém três açudes e uma produção anual de 2 mil quilos.
O preço do quilo varia de R$ 8 a R$ 10. “Além da seca, este vírus reduz nosso lucro, pois ninguém mais quer sair de casa. Vamos orientar os clientes com instalação de placas e manter o distanciamento dos tanques para evitar aglomerações”, adianta.
Em Estrela, onde a venda é tradicional e ocorre mensalmente, a venda está mantida. Conforme o secretário de Agricultura José Adão Braun, será oferecido mais de 8 mil toneladas de carpas a partir desde sábado na Praça Henrique Roolaart e Bairro Indústrias.
A fim de evitar aglomerações, a fila será organizada com distanciamento entre as pessoas e vai haver distribuição de senhas, sendo permitida a entrada de dois consumidores por vez, explica.
Caso a feira ocorra deve ser dada a preferência para a venda fracionada na taipa, por encomenda, ou com o envolvimento de um pequeno número de pessoas por dia”
Prejuízo de R$ 1,1 mi
Na região a maioria das feiras estão canceladas, a exemplo dos municípios de Sério e Boqueirão do Leão, onde a expectativa era de comercializar 17 mil quilos de pescado. O prejuízo chega a R$ 170 mil. “Nossa preocupação é com a saúde de todos. Em meio ao momento vivido, consideramos inapropriado realizar a venda”, reitera o secretário da Agricultura leo-boqueirense Alexandre Ferreira.
Outro motivo é o baixo nível dos açudes em função da estiagem. “Se não chover, existe o risco de muitos peixes morrerem pela falta de oxigenação nos reservatórios”, observa o presidente da Associação de Sério, Claudiomiro Stoll.
Conforme levantamento da Emater Regional de Lajeado, nos 55 municípios de abrangência, o prejuízo chega a R$ 1,1 milhão. A previsão é de que sejam vendidas 343 toneladas de carpas e tilápias nos dias que antecedem à Páscoa.
No ano passado foram mais de 520 toneladas ofertadas. A movimentação financeira deve chegar a R$ 3,4 milhões, ante os R$ 4,5 milhões de 2019.
“O ideal é não realizar”
Esta é a orientação da Emater. Conforme o zootecnista da Emater/RS-Ascar João Sampaio, as que vieram a ocorrer precisam seguir as determinações das prefeituras dos municípios. “A intenção é a de dar segurança para quem produz e para quem consome, atuando em consonância com aquilo que determinam os órgãos oficiais de saúde”, orienta.
Outra sugestão é a retirar poucos peixes a cada dia, sem secar os açudes, mantendo a produção em função da estiagem. “Sabemos que os piscicultores necessitam vender, ainda mais em um período em que muito provavelmente haverá redução de consumo, mas devemos ter toda a atenção na organização de cada feira”, observa.