Oferta de pescado reduz em 117 toneladas  

Agronotícias

Oferta de pescado reduz em 117 toneladas  

Tradicionais feiras do peixe vivo, organizadas pela Emater durante a Semana Santa, serão realizadas em menor número este ano. Atingidos pela estiagem e o coronavírus, piscicultores acumulam prejuízos de R$ 1,1 milhão 

Oferta de pescado reduz em 117 toneladas  
Haverá apenas 250 pontos de venda de peixe vivo em 55 cidades. Venda segue as exigências dos órgãos de saúde
Vale do Taquari
oktober-2024

O piscicultor Giovani Bianchini, 50, de Capitão, será o único a vender peixes no município nos dias 7, 8 e 9 de abril. Produtor faz quatro anos, mantém três açudes e uma produção anual de 2 mil quilos.

O preço do quilo varia de R$ 8 a R$ 10. “Além da seca, este vírus reduz nosso lucro, pois ninguém mais quer sair de casa. Vamos orientar os clientes com instalação de placas e manter o distanciamento dos tanques para evitar aglomerações”, adianta.

Em Estrela, onde a venda é tradicional e ocorre mensalmente, a venda está mantida. Conforme o secretário de Agricultura José Adão Braun, será oferecido mais de 8 mil toneladas de carpas a partir desde sábado na Praça Henrique Roolaart e Bairro Indústrias.

A fim de evitar aglomerações, a fila será organizada com distanciamento entre as pessoas e vai haver distribuição de senhas, sendo permitida a entrada de dois consumidores por vez, explica.

Caso a feira ocorra deve ser dada a preferência para a venda fracionada na taipa, por encomenda, ou com o envolvimento de um pequeno número de pessoas por dia”

Prejuízo de R$ 1,1 mi

Na região a maioria das feiras estão canceladas, a exemplo dos municípios de Sério e Boqueirão do Leão, onde a expectativa era de comercializar 17 mil quilos de pescado. O prejuízo chega a R$ 170 mil. “Nossa preocupação é com a saúde de todos. Em meio ao momento vivido, consideramos inapropriado realizar a venda”, reitera o secretário da Agricultura leo-boqueirense Alexandre Ferreira.

Outro motivo é o baixo nível dos açudes em função da estiagem. “Se não chover, existe o risco de muitos peixes morrerem pela falta de oxigenação nos reservatórios”, observa o presidente da Associação de Sério, Claudiomiro Stoll.

Conforme levantamento da Emater Regional de Lajeado, nos 55 municípios de abrangência, o prejuízo chega a R$ 1,1 milhão. A previsão é de que sejam vendidas 343 toneladas de carpas e tilápias nos dias que antecedem à Páscoa.

No ano passado foram mais de 520 toneladas ofertadas. A movimentação financeira deve chegar a R$ 3,4 milhões, ante os R$ 4,5 milhões de 2019.

“O ideal é não realizar”

Esta é a orientação da Emater. Conforme o zootecnista da Emater/RS-Ascar João Sampaio, as que vieram a ocorrer precisam seguir as determinações das prefeituras dos municípios. “A intenção é a de dar segurança para quem produz e para quem consome, atuando em consonância com aquilo que determinam os órgãos oficiais de saúde”, orienta.

Outra sugestão é a retirar poucos peixes a cada dia, sem secar os açudes, mantendo a produção em função da estiagem. “Sabemos que os piscicultores necessitam vender, ainda mais em um período em que muito provavelmente haverá redução de consumo, mas devemos ter toda a atenção na organização de cada feira”, observa.

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