A chegada da pandemia do coronavírus trouxe mudanças na rotina das farmácias. Produtos que antes tinham uma saída quase insignificante hoje não param na prateleira. Além de luvas, máscaras e álcool gel, outros itens têm demanda crescente.
Em uma farmácia do Centro de Lajeado, a maior procura é por remédios voltados ao aumento da imunidade, como vitaminas.
“O pessoal está se preparando para evitar gripe, acho que é o que mais assusta a população. Aumentou bastante a procura por bálsamo alemão, não temos em estoque faz quase um mês. Ele chega e sai, não damos conta de repôr”, diz Priscila Bohn, gerente de uma farmácia da rua Júlio de Castilhos.
O tradicional medicamento à base vitamina E é muito utilizado pelos mais antigos. Farmacêutica de outra rede, Letícia Dutra conta que há outros medicamentos com fórmula semelhante disponíveis na loja, mas a preferência é pelo bálsamo. “Antes era bem raro sair. Tem caixa de vitamina E, mas os clientes não querem”, afirma Letícia.
O termômetro com infravermelho passou a ser bastante procurado, o que não era comum. O valor do aparelho é de cerca de R$ 200, dez vezes mais caro que o modelo comum. Ela conta que o termômetro tem sido procurado por empresas. Ele permite a verificação da temperatura da pessoa sem encostar no corpo.
Remédios para dor
Outra categoria de medicamentos que teve crescimento na demanda foram medicamentos para dor como paracetamol e dipirona. A procura está em alta desde que a Organização Mundial da Saúde anunciou a restrição deste medicamento a pacientes com coronavírus. Dois dias depois, a OMS voltou a atrás e retirou a restrição.
Cloroquina em falta
Os medicamentos à base de cloroquina também estão em falta nas farmácias. A substâncias é testada, juntamente a outras, em pacientes com covid-19. No entanto, não há comprovação científica de sua eficácia. Mesmo assim, a demanda pelo medicamento é grande.
“Logo que saíram as primeira notícias, a gente já percebeu uma grande procura por clientes que nem tinham nenhum sintomas, mas queriam ter em casa”, diz Priscila.
Em março, o Ministério da Saúde mudou a classificação do medicamento, que agora só pode ser vendido com receita médica. No momento, a prioridade é o fornecimento aos hospitais. A cloroquina é utilizada para tratamento de doenças como artrite reumatoide, lúpus e malária.
A Anvisa mudou a classificação do medicamento, que passou a ser vendido apenas com receita médica. A medida visa evitar desabastecimento para os pacientes que realmente necessitam.