Primeiro paciente com coronavírus do HBB recebe alta da UTI

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Primeiro paciente com coronavírus do HBB recebe alta da UTI

Homem de 57 anos ficou internado por 16 dias e agora segue tratamento na unidade de internação

Primeiro paciente com coronavírus do HBB recebe alta da UTI
Paciente deixou a UTI do hospital e seguirá tratamento na ala de internação. Crédito: Divulgação
Lajeado

Passou para um leito da Internação da Ala Covid 19, no Hospital Bruno Born (HBB), o paciente de 57 anos que estava internado em estado grave no setor por contaminação por coronavírus. Ele estava internado desde o dia 20 de março, quando chegou à instituição em uma situação delicada por conta dos efeitos da doença.

Na sexta-feira, a equipe médica responsável pelo tratamento retirou a ventilação mecânica para observar o comportamento do paciente, que permaneceu na UTI pelo fato de estar um grande período sedado.

 

Quatro etapas da doença

Conforme o médico internista responsável pelo tratamento, Juliano Dalla Costa, a doença divide-se em quatro etapas – mas nem todos os pacientes passarão por todas elas.

A primeira compreende um número em torno de 85% dos casos: os paciente apresentam sintomas leves como febre, mal-estar inespecífico, podendo apresentar também diarreia, náuseas, vômitos e anosmia (perda do olfato) e tosse. Não é necessário que o paciente apresente todos os sintomas para a suspeita da doença, apenas um ou até mesmo nenhum. “Por isso se preconiza o isolamento social”, explica.

Esta fase é tratada com medicações para controle de sintomas de febre, tosse, hidratação, entre outros, e nesta etapa os exames de imagem e laboratoriais são normais, ou com alterações discretas em RX ou hemograma.

Uma parcela dos pacientes apresentará intensificação deste sintomas: são os 15% que passarão para a segunda fase da doença e necessitarão de suporte hospitalar. Nesta fase é possível observar alterações nos exames de imagem, e a maioria dos pacientes apresentará alterações no parênquima pulmonar.

Entre a segunda e a terceira fase observa-se uma piora progressiva dos sintomas, ocasionados por danos mais evidentes nos exames, podendo evoluir com complicações em todos os órgãos e sistemas. O sistema mais frequentemente afetado é o pulmonar, porém há relatos de acometimento neurológico, renal e cardíaco também.

Foi nesta fase que chegou este paciente, que teve a situação complicada na sequência. “Algumas medicações que demonstraram a possibilidade de benefício foram ministradas. Ele ficou 14 dias sedado, dependente de sedação e ventilação mecânica, um cuidado difícil e minucioso que compreendeu atenção integral 24 horas por dia”, detalha. “A sua recuperação, mesmo que ainda parcial, é uma grande vitória para nosso hospital, equipe de terapia intensiva (enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas, médicos, na qual me incluo, entre outros) e também para a comunidade de maneira geral. Todos se empenharam muito.”

Dalla Costa destaca que o paciente ainda necessita cuidados. “Neste momento o paciente adentra a 4 fase do tratamento, na qual preconizam-se as medidas de cuidado dos danos causados pelo vírus e pela própria terapia. Deve-se intensificar a fisioterapia e outros cuidados. Muitos pacientes necessitam de oxigênio suplementar por longos períodos, pois o dano pulmonar muitas vezes é extenso e permanente. Estamos esperançosos de que este paciente possa voltar para sua família em breve para que possa seguir sua recuperação.”

Do total de pacientes, estima-se que 5% necessitarão de leitos de UTI. São estes que atravessam da segunda para terceira fase de maneira desfavorável, necessitando de cuidados especiais e com grande risco de vida. A mortalidade dos pacientes entubados pode passar de 60% em alguns centros.

A 4 fase é a do recrudescimento dos sintomas, e recuperação dos danos causados pelo próprio vírus e pelo tratamento instaurado.

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