O Ministério da Saúde mudou o discurso em relação ao isolamento social. A pasta comandada por Luiz Henrique Mandetta defende agora o isolamento seletivo. Isto é, em cidades com, pelo menos, metade dos leitos vagos, deve-se manter em isolamento apenas integrantes dos grupos de risco. A determinação vale a partir da próxima segunda-feira, dia 13 de abril.
O nome é novo, mas o conceito é o mesmo. O isolamento seletivo, defendido pelo Ministério da Saúde é o mesmo que o isolamento vertical, mencionado pelo presidente Jair Bolsonaro nas últimas semanas. Contudo, permanecem em quarentena trabalhadores que apresentarem síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave, e quem tiver contato próximo com infectados, além de pessoas acima de 60 anos e doentes crônicos.
A nova estratégia do Ministério da Saúde ocorre após “um dia que rendeu pouco”, nas palavras do ministro Mandetta. O motivo teria sido uma possível demissão do ministro, publicada no Jornal o Globo, e uma nova notícia, que o ministro permanece no cargo, publicada pela Veja.
Bolsonaro e Mandetta trocaram farpas na semana passada. Bolsonaro chegou a falar publicamente que “faltava humildade a Mandetta”. O ministro da saúde desafiou, também publicamente, o presidente a exonerá-lo. Conforme a revista Veja, o presidente teria quase chegado a, de fato, demitir Luiz Henrique Mandetta.
No entanto, também segundo Veja, Bolsonaro fora aconselhado por generais que ocupam o alto escalão do governo a manter Mandetta na pasta da saúde. O general Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Governo) teriam freado o presidente a mudar o comando do Ministério da Saúde.