Demanda por ovos dispara em meio à quarentena

Vale do Taquari

Demanda por ovos dispara em meio à quarentena

Preço da dúzia está em R$ 6,11. Consumo é justificado pelos benefícios à saúde

Demanda por ovos dispara em meio à quarentena
Na granja Wilgen, produção chega a 8,7 mil dúzias por dia. Créditos: Giovane Weber
Vale do Taquari

“Em 20 anos no mercado nunca tinha visto nada parecido. Houve uma disparada na demanda”, observa o proprietário de uma granja de ovos em Cruzeiro do sul, Juliano Wilgen.

Segundo ele, o consumo de ovos já vinha em uma crescente devido ao período da Quaresma, no entanto após o isolamento social devido à pandemia do coronavírus, os pedidos se multiplicaram. Com um plantel de 120 mil aves em postura, por dia são produzidas 8,7 mil dúzias.

O preço também registra alta. A caixa com 30 dúzias saltou de R$ 90 em janeiro para R$ 170 esta semana. “O próprio mercado passou a comprar mais por medo de desabastecimento. E com a alta no valor da carne, o ovo é a escolha da maioria das pessoas por ser um alimento completo”, afirma.

Para Wilgen a demanda deve se estabilizar em maio e o preço voltar a cair. Por isso não planeja novos investimentos para ampliar a oferta de matéria-prima. “O cenário é de incerteza e por isso preferimos manter a atual estrutura”.

Custo mais alto

A estiagem fez os principais insumos utilizados para produzir a ração encarecer. A saca de milho de 60 quilos saltou de R$ 35 para R$ 53. Já a tonelada de farelo de soja passou de R$ 1,2 mil para R$ 1,7 mil a tonelada. “Isso justifica em parte o aumento no preço da dúzia. Nossa margem de lucro é mínima e requer uma boa gestão para evitar prejuízos no futuro”.

Alimento nutritivo

Para o diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, as pessoas optam em comprar ovos por ser um alimento saudável e ter preço mais em conta comparado com as carnes. “As pesquisas mostraram que o ovo é nutritivo e que, ao contrário do que se pregava, ele não aumenta o colesterol ruim no organismo”, explica.

A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) desenvolve uma campanha para valorizar as propriedades nutritivas do ovo para aumentar a imunidade.

“O consumo é um recurso acessível e fundamental para o aumento da imunidade e fortalecimento da saúde, principalmente, neste importante momento de cuidados acerca da pandemia de coronavírus”, salienta José Eduardo dos Santos, diretor executivo.

Reconhecido como o segundo alimento mais completo para os seres humanos (o primeiro é o leite materno), os ovos são ricos em aminoácidos, cálcio, sódio, iodo, selênio, colina e vitaminas (A, B, D e E).

Acompanhe
nossas
redes sociais