HBB testa remédio em caso grave de covid-19

Esperança contra o coronavírus

HBB testa remédio em caso grave de covid-19

Composto utilizado na China, Europa e EUA foi liberado para aplicação em pacientes graves com coronavírus. Hidroxicloroquina, usada no tratamento da malária, apresentou resultados positivos, segundo universidade norte-americana

HBB testa remédio em caso grave de covid-19
(Foto: Arquivo A Hora)
Vale do Taquari

Mais de 3,4 milhões de unidades dos medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina começam a ser distribuídos para uso em pacientes com complicações graves devido ao coronavírus.

A decisão divide opiniões de especialistas e o próprio Ministério da Saúde (MS) admite que não há evidências científicas suficientes que comprovem a eficácia do composto químico.

O Hospital Bruno Born (HBB) de Lajeado continua com um paciente de 57 anos em estado grave, internado na UTI por coronavírus. Conforme informe da casa de saúde, a aplicação do remédio tem sido feita com base no protocolo do MS.

Porém a instituição não informa se além do paciente grave outros casos de internação também foram medicados com a cloroquina. Em boletim ao meio dia de ontem, o HBB informou que há duas pessoas em observação com sintomas gripais.

Outros três pacientes procuraram o Atendimento 24 Horas. Foram avaliados por médicos e liberados para isolamento domiciliar. Outros dois que estiveram internados na ala destinada ao controle do Covid-19 receberam alta e foram para isolamento domiciliar.

Decisão no Brasil

O protocolo do Ministério da Saúde prevê cinco dias de tratamento com os compostos. As medicações são usadas para tratar a malária, lúpus e artrite. No caso do coronavírus, são indicadas para pacientes hospitalizados. A cloroquina e hidroxicloroquina irão complementar os outros suportes no tratamento do paciente no país, como respiração mecânica e medicações para os sintomas, como febre e mal-estar. Tanto a cloroquinas e a hidroxicloroquina não previnem a doença e nem tratam casos leves.

De acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ainda existem poucas evidências sobre o medicamento, porém, o Ministério da Saúde irá deixar ao alcance do profissional médico caso ele entenda que o paciente grave possa se beneficiar com o uso.

“Esse medicamento já provou que tem ação na evolução do ciclo do vírus, mas os estudos em humanos estão em curso. Essa é uma alternativa terapêutica que estamos dando aos profissionais de saúde para tratarmos esses pacientes graves que estão internados.”
As autoridades nacionais alertam para o risco de intoxicações. De acordo com o MS, o medicamento fora do ambiente hospitalar pode causar muitos efeitos colaterais.

Até o momento, o Ministério da Saúde esclarece que não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo coronavírus.

Corrida mundial

China, Estados Unidos, Espanha e Itália já aplicam a medicação nos casos graves. Os primeiros resultados são esperados para o fim de abril. A China também conduz dois estudos com esse mesmo antiviral, comparando efeitos em pacientes graves e moderados.

A esperança dos estudiosos é encontrar compostos úteis tanto para curar situações críticas como para tratar os mais leves e assim reduzir a capacidade de transmissão do vírus.

A hidroxicloraquina é usada faz cerca de 30 anos. O custo de produção é baixo e isso pode ser relevante neste momento de guerra ao Covid-19. Pela análise de infectologistas, a molécula pode apresentar dois efeitos. Primeiro ser um antiviral, como o Tamiflu usado no combate ao H1N1. O outro é que tem propriedades antiinflamatórias, o que poderia aliviar sintomas nos pacientes graves.

Esse assunto foi tema de pronunciamento do presidente americano Donald Trump na semana passada. O discurso trouxe como consequência uma corrida de pacientes às farmácias em busca dos compostos.

Mais de 18,5 mil mortes em três meses

Na manhã de ontem, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou o número de óbitos em três meses devido ao coronavírus. Foram 18.589 mortes, mais do que os 16 meses de crise do H1N1. A OMS estima que a gripe matou 18.449 entre 2009 e 2010.

No Brasil, foram mais de 2 mil óbitos por H1N1 em 2009. No ano seguinte, o governo passou a distribuir a vacina e o número caiu. Estimado em cerca de 100 mortes.

Um mês de coronavírus

Ontem completou um mês do primeiro caso confirmado no país. Neste período, 77 pessoas morreram, conforme boletim do Ministério da Saúde divulgado às 18h de ontem. A taxa de letalidade até agora é de 2,7%.

Considerando um mês após o primeiro infectado, o Brasil fica atrás da China (213 mortes e 9.802 casos) mas a frente da Itália (29 mortes e 1.694 casos). O total de casos confirmados saiu de 2.433 ontem para 2.915. O resultado marcou um aumento de 54% nos casos em relação ao início da semana, quando foram contabilizadas 1.891 pessoas infectadas.

Conforme a Agência Brasil, do total de mortes, 58 foram em São Paulo, nove no Rio de Janeiro, três no Ceará, três em Pernambuco, uma no Amazonas, uma no Rio Grande do Sul, uma em Santa Catarina e uma em Goiás.

Como local de maior circulação do novo coronavírus no país, São Paulo também lidera o número de pessoas infectadas, com 1052 casos confirmados. Em seguida vêm Rio de Janeiro (421), Ceará (235), Distrito Federal (200), Rio Grande do Sul (158) e Minas Gerais (153).

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