Caminhoneiros enfrentam incertezas nas estradas

Estrela

Caminhoneiros enfrentam incertezas nas estradas

Grupo de oito caminhoneiros ficou quase um mês em Estrela devido à falta de pontos de apoio nas rodovias brasileiras

Caminhoneiros enfrentam incertezas nas estradas
Motoristas iniciam retorno para MG sem saber o que enfrentarão no caminho. Créditos: Fábio Kuhn
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Encontrar restaurantes, postos de combustível ou pontos de conveniência abertos se tornou um desafio aos profissionais do transporte. Pela web, caminhoneiros encaminham relatos de falta de banheiros, comida e até água pelas rodovias do Brasil.

A incerteza fez um grupo de oito caminhoneiros ficar quase um mês longe dos familiares. Naturais de Minas Gerais, eles participaram de um treinamento com a Scapini no dia 2 de março. Desde lá, estão hospedados em Estrela. “Combustível até temos para retornar. O problema são os pontos de apoio”, comenta Emiliano Brandão, 44.

Segundo ele, se tornou comum encontrar caminhoneiros proibidos de entrar em restaurantes ou tendo que pagar para estacionar em postos. “Tem quem ache que estamos transportando o vírus. É um preconceito”, avalia.

Com quase duas décadas nas estradas, Brandão percebe que a paralisação gerada pela pandemia do coronavírus é inédita. A opinião é compartilhada com o colega Alexandre Orcini, 37. “Foi maior até que na Greve dos Caminhoneiros de 2018. Nesse ano fiquei 20 dias parado e perdi uma carga com 17 toneladas de carne”, relaciona.

Orcini afirma que o grupo foi bem recebido no Vale do Taquari e chegou até a fazer transporte de cargas pela região em março. Os custos do grupo com a hospedagem em hotel foram custeados pela Scapini.

De volta para casa

Uma das principais queixas dos caminhoneiros é o distanciamento dos familiares. Vinícius Palma, 24, cita a preocupação com os pais de 56 e 59 anos. “Essa epidemia rolando e eles estão sozinhos. São do grupo de risco e precisariam de mim. A gente fica aqui de mãos atadas”, lamenta.

Orcini tem uma filha de 10 anos e também cita a preocupação como um dos desafios do caminhoneiro. “A gente quer estar próximo, ainda mais nesse período de doença. Sorte que ela está segura com a mãe”, afirma.

A saudade faz com que o grupo encare as incertezas da estrada no retorno de casa. A viagem de mais de mil quilômetros leva cerca de dois dias. “Compramos comida rápida para saciar a fome e já estamos preparados até para a possibilidade de não encontrar banheiros no caminho”, comenta Brandão.

Parte do grupo iniciou a viagem de volta na noite de ontem. O restante seguirá o rumo da estrada até o sábado.

Passagem automática nas praças da CCR ViaSul

Com o objetivo de agilizar a passagem e evitar contaminação do coronavírus, a CCR ViaSul distribuirá 23 mil tags para caminhoneiros e condutores que atuam em serviços essenciais. A ação é uma parceria com as operadores de sistema automático, SemParar e Veloe.

O dispositivos será gratuito. Usuário poderá desbloquear a tag por telefone ou com ajuda de agentes operadores. No Rio Grande do Sul, a praça de pedágio onde haverá a distribuição de TAGs será a de Gravataí.

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