Calçadistas estimam 600 demissões

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Calçadistas estimam 600 demissões

Com paralisação do comércio, demanda caiu pela metade. Indústria tem ainda dificuldade na obtenção de insumos

Calçadistas estimam 600 demissões
Vale do Taquari

A paralisação das atividades em função da pandemia de coronavírus traz preocupação para o setor calçadista na região. De acordo com o sindicato que representa os trabalhadores, a crise deve resultar em demissões e fechamento de pequenas e médias unidades.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Calçadistas de Teutônia (Siticalte), Roberto Müller, considera difícil prever o impacto total da crise nos empregos. No entanto, projeta 600 demissões imediatas. Até o momento, a entidade não registrou demissões ou fechamento de unidades.

“Se não tem perspectiva de venda, as empresas acabam tomando como primeira medida a mais amarga, a demissão. Na volta desses 15 dias, 600 pessoas é certo que vão perder emprego”, avalia.

Poucos insumos e pouco demanda

Müller vê com dificuldade a retomada do setor, mesmo com o fim dos decretos que restringem funcionamento. “Ninguém está comprando sapato e não tem insumos disponíveis. É um problema em série. Talvez seja a maior crise da história do setor”, avalia o sindicalista.

O sindicato abrange Teutônia, Paverama, Westfália e Poço das Antas. São cerca de 5 mil trabalhadores em 30 unidades produtivas nesta área.

Segundo Müller, a maior parte das empresas adotou férias coletivas. Outras liberaram os funcionários e negociam uma redução salarial.

Em uma fábrica de Travesseiro, com cerca de 70 funcionários, a queda no faturamento é estimada em R$ 10 mil por dia paralisado. “Até retomar e começar a virar de novo demora. O problema maior que vamos enfrentar é a questão financeira daqui a um mês”, estima Márcio da Costa, sócio da unidade.

Queda de 50% nas encomendas

Na avaliação da entidade que representa a indústria, há uma crise no consumo que atinge o setor inevitavelmente. O primeiro impacto percebido é uma queda significativa na demanda, que tem efeito direto na produção das fábricas.

“Muitas suspenderam atividades, com encomendas gerais que caíram mais de 50% em poucos dias e também com muitos cancelamentos” ,afirma o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira.

A associação considera importante reabrir as unidades apenas quando houver segurança de que não vá piorar a situação da pandemia.

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