O governador Eduardo Leite concedeu entrevista na manhã de hoje para a rádio A Hora e reforçou a necessidade de proteger a população do coronavírus. Para ele, é preciso reduzir o contágio para evitar um colapso no sistema de saúde.
Frente à corrente oposta, de que o isolamento e confinamento não têm efetividade para abrandar as contaminações, o governador foi enfático: “O que estamos vendo é a ciência. A recomendação médica é de cautela. Essa conduta está sendo praticada no mundo. A Europa, os Estados Unidos estão tomando providências para restringir contatos para reduzir a disseminação e, consequentemente, manter o nível de capacidade de atendimento na rede de saúde.”
O governador apresentou alguns resultados sobre o impacto do vírus nas pessoas. De acordo com ele, estudos mostram que em torno de 20% das pessoas não tem imunidade ao vírus. A partir disso, a doença causa um agravamento no quadro respiratório desse público.
“A alternativa do confinamento é o primeiro movimento. Temos dificuldades estruturais. Os profissionais de saúde não têm equipamentos de proteção. O Ministério da Saúde vai nos repassar equipamentos, mas ainda não chegaram. Não há respiradores, monitores e leitos para a UTI. Precisamos ganhar tempo. Primeiro protege-se a vida. Em segundo protege-se o emprego.”
A posição do governador gaúcho vai no sentido oposto do pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro. Na noite de ontem, o líder da República minimizou o risco do coronavírus.
Para Leite, o discurso do presidente em cadeia nacional causa mais confusão e não ajuda nesse momento de pandemia no país.
“Lamentável. O presidente não colabora. Não apresentou nenhuma alternativa. Os governadores tiveram uma videoconferência com ele ontem pela manhã. Em nenhum momento teve essa posição que apresentou ao povo brasileiro. Causa confusão. Não colabora com o momento e não apresenta alternativa”, reafirmou Leite.
O governador concorda que o confinamento traz problemas econômicos. Por outro lado, afirma que é possível mitigar essas perdas por meio de decisões governamentais. Cita como exemplo política da Inglaterra, que destinou recursos públicos para completar o salário de trabalhadores.