• O que é o Projeto Rondon?
É um projeto desenvolvido pelo Ministério da Defesa junto às instituições de ensino superior visando atividades para a população carente. Todo ano é feita uma análise sobre alguma região que esteja em situação precária. Então os alunos vão para lá e ficam cerca de 20 dias realizando atividades com a população a fim de dar uma melhor qualidade de vida a eles. Isso foi o que aconteceu comigo em julho de 2019. A operação na ocasião foi a João de Barro, que abrangeu 16 municípios do Piauí. A nossa cidade foi Arraial, com cerca de 5 mil habitantes. Fizemos atividades das mais diversas áreas. Desde sexualidade até como separar o lixo ou ensinar a criar um currículo. Também demos aula de geografia para crianças que estavam sem professores e completamos a necessidade da comunidade.
• Como foi participar?
Este projeto tem uma pegada muito social. Ele possibilita que a gente veja o quanto somos privilegiados. Mostra como reclamamos de barriga cheia. Por ser uma região carente, acabamos indo com um certo pré-conceito, e era realmente uma realidade triste, mas a população era muito acolhedora. Eles podiam ter o pior dos problemas, mas estavam sempre sorrindo. Muitas coisas fizeram eu repensar as minhas atitudes. Já sofri muito por ansiedade e coisas do tipo. Chegando lá, vi uma criança dizer que quer ser que nem eu quando crescer. E isso me fez repensar. Ser referência para uma criança faz tu ver o mundo com outros olhos.
• O que mais te chamou a atenção?
Foi perceber que o mundo é maior que meu umbigo. Quando tu te coloca em uma situação como essa, tu vê que só basta querer. Não precisa atravessar o Brasil para ajudar o próximo. Isso pode ser feito no teu bairro, cidade ou região. Eu já trabalho com isso faz tempo. Coordeno o projeto de doutores palhaços ali no HBB. Sei o quanto é gratificante levar sorriso não somente ao paciente, mas também ao ambiente hospitalar como um todo.
• E o Geração Futura, o que é?
É uma oficina em que a Fundação Roberto Marinho, através do Canal Futura, proporciona aos alunos do Ensino Superior ficar quinze dias tendo um estudo prático e teórico sobre o audiovisual. Eu tentei ir em 2018 e não fui selecionado. Então voltei a me inscrever em 2019 e acabei selecionado para ir neste ano. As oficinas foram em duas semanas muito intensas. Tivemos contato com profissionais das mais diversas áreas. Certamente voltei de lá com uma visão muito melhor no que se refere ao audiovisual.
• Como foi a experiência?
Foi uma surpresa. Fazia oito anos que ninguém da Publicidade e Propaganda ia. Desde lá foram só alunos de Jornalismo da Univates. Eu sempre tive vontade de participar. Lá nós éramos em 40 alunos, das cinco regiões do país, foi legal ver essa diversidade. O projeto foi muito bom e intenso. Certamente agora eu vejo o audiovisual de outra maneira. Agreguei muita experiência. Fiz contatos. Vi uma estrutura de um canal de rede aberta. Tive contato com profissionais que trabalharam na Globo e na HBO. Ver isso tudo ali na tua frente é especial.