Coronavírus muda rotina de trabalho no meio rural

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Coronavírus muda rotina de trabalho no meio rural

Entidades recomendam cuidados necessários para evitar contágio e manter abastecimento

Coronavírus muda rotina de trabalho no meio rural
Essig utiliza álcool gela nas mãos antes de manusear o trator e demais equipamentos na propriedade. Crédito: Gabriel Santos
Vale do Taquari

A época é de safra no campo e as máquinas ainda não pararam. No entanto, a maioria segue as orientações repassadas por entidades representativas como a Emater para evitar o contágio com o coronavírus.

Em Picada Felipe Essig, interior de Travesseiro, o agricultor Augusto Essig, 33, adotou algumas medidas preventivas. “Ficamos em casa, evitamos o contato com pessoas que vem de fora, usamos álcool gel e mantemos a distância de dois metros ao conversar com vendedores e fornecedores de matéria prima utilizada na propriedade”, detalha.

Segundo ele, a rotina mudou, mas a produção diária de 450 a 500 litros de leite tem que ser mantida e os mais de 50 animais precisam da alimentação. “Querendo ou não a ordenha precisa ser feita. É impossível parar. Apenas temo faltarem produtos devido ao fechamento do comércio e de algumas empresas”, avalia.

Conforme o presidente da Emater/RS e superintendente-geral da Ascar, Geraldo Sandri, a preocupação da instituição é assegurar que a produção de alimentos não seja afetada pela doença, garantindo o abastecimento de alimentos aos brasileiros, sem colocar em risco as pessoas que trabalham em toda a cadeia produtiva.

Foco na prevenção

No escritório Regional de Lajeado, todo o atendimento dos profissionais é feita em regime de home office, por meio de telefone ou o aplicativo WhatsApp. “Queremos evitar o contágio tanto dos técnicos, como a possibilidade de levar o vírus da cidade ao campo”, esclarece o gerente Marcelo Brandoli.

A Comissão Estadual da Produção Orgânica do Rio Grande do Sul elaborou uma série de medidas e orientações para estimular a prevenção. O assistente técnico regional da área de Abastecimento da Emater/RS-Ascar, Lauro Bernardi, detalha os cuidados para manter as feiras e a chegada dos alimentos aos mercados. “A higiene pessoal antes do carregamento e dos veículos é primordial”, alerta.

Orienta para o afastamento imediato de agricultores que integrem grupos de risco ou que apresentem sintomas, assim como reduzir ao mínimo necessário, o número de pessoas em cada banca, além de suspender todo e qualquer tipo de degustação.

Aconselha não compartilhar chimarrão, bebidas ou qualquer outro objeto de uso pessoal e respeitar o distanciamento previsto de 2 metros entre cada pessoa. “Higienizar as mãos, sempre que possível com sabão e água corrente ou álcool gel 70% após tocar em objetos, produtos e pessoas”, adverte.

Aos clientes, orienta apenas tocar os produtos que irão comprar. Estes devem estar, dentro do possível, embalados em saquinhos plásticos. Viabilizar pagamento que não envolva dinheiro em moeda, preferencialmente depósito em conta (aplicativos) ou em máquinas de cartão, que deverão ser higienizadas antes e após cada operação, comenta.

Recomendações

  • Não compartilhe chimarrão ou bebidas;
  • Higienizar as mãos com sabão e água corrente ou álcool gel 70%;
  • Faça a limpeza dos veículos que carregam os alimentos;
  • Suspender qualquer tipo de degustação;
  • Fazer o pagamento por máquinas de cartão ou depósito;
  • Organize uma lista e compre para mais pessoas.

Mudanças

Em Lajeado, estão mantidas as feiras do produtor nas quartas de manhã, a partir das 7h, no Bairro São Cristóvão, na sexta-feira de tarde, a partir das 14h, no Parque dos Dick e aos sábados na Praça do Papai Noel. As feiras realizadas na Univates em segundas e quartas no Shopping Lajeado estão suspensas.

A realização das feiras em Arroio do Meio e Estrela ainda está indefinida.

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