Estamos diante de um paradoxo. De um lado, amedrontados e assustados com o possível avanço dessa gripe que se transformou em “assassina confessa”. De outro, temerosos com um colapso econômico.
Ao mesmo tempo em que todos estamos – confessemos – com vontade de nos trancar dentro de casa para evitar o contágio em grande escala, e aí vem o paradoxo. Sabemos do impacto financeiro que uma paralisação completa causaria no mercado. Mas convenhamos, não temos muita saída, e a Itália que nos diga.
O fundamental diante do medo e da ameaça é evitar o pânico e a desinformação. Pânico, medo e desinformação nos levarão a uma histeria ignorante, sem que façamos o que realmente precisa ser feito. É imperioso manter o equilíbrio diante das circunstâncias, sem deixar de atentar para os alertas e orientações que se sucedem.
Até aqui, tudo que se fez no RS, e até no país, foi a título de prevenção. Aliás, prevenir é a palavra de ordem. Ainda podemos evitar que nos transformemos na Itália ou na Espanha, onde a prevenção – ao que tudo indica – foi negligenciada e a infecção do covid-19 avançou de forma galopante.
Partindo do exemplo europeu, é melhor pararmos por conta própria do que forçados pelo coronavírus. Ainda estamos em tempo de evitar uma proliferação em massa, desde que estejamos sensíveis ao cenário. Empresas, inclusive aqui da região, adotam políticas rígidas de reuniões e encontro. Não teremos mais aulas nem eventos nas próximas semanas. Ou seja, as cidades vão parando. É o melhor que temos por fazer.
Ruim para a economia? Péssimo. 2020 recém começou e ninguém contava que este vírus nascido na China fosse nos chacoalhar desse jeito. E foi mais rápido do que poderíamos imaginar. O fato é que não temos muita saída. Resistir às orientações de especialistas e profissionais da saúde é correr um risco que poderá ser fatal.
A realidade do coronavírus é momentânea. Vai passar e tudo voltará ao normal. Até lá, tem um caminho nebuloso que precisamos passar. Sabedores e cientes disso, fica mais fácil encontrar maneiras para dirimir os impactos econômicos e financeiros, colocando a VIDA humana em primeiro lugar. O momento é agora.
Quem diria, mas dessa vez Itália e Espanha não podem ser nossa inspiração.
O velho jeitinho deu na trave
O velho jeito brasileiro de oportunismo levou o Procon de Santa Catarina a fechar uma farmácia que vendia álcool gel por preços abusivos. Segundo o órgão fiscalizador, a farmácia cobrava R$ 10,99 por cada frasco de 30 ml, enquanto pela internet, o produto custa menos que a metade. Que sirva de lição para os “espertos de plantão” que insistem em tirar proveito da desgraça alheia. Lamentável.