O governador Eduardo Leite anunciou, na manhã desta segunda-feira, dia 16, novas medidas para conter a propagação do coronavírus no Rio Grande do Sul, que serão reunidas e publicadas em um novo decreto. Entre as ações tomadas está a suspensão das aulas da rede estadual a partir da quinta-feira (19/3) pelo período de duas semanas, prorrogáveis em caso de necessidade. A recomendação é para que a rede privada e os municípios tomem a mesma estratégia de forma a evitar aglomerações.
Outras medidas adotadas pelo governo envolvem a suspensão de eventos do governo do Estado com mais de cem pessoas e a recomendação para que outros eventos com esse porte sejam adiados ou cancelados em todo o Estado; a determinação de teletrabralho para servidores públicos estaduais com mais de 60 anos, grávidas ou com doenças crônicas, com algumas exceções, como funcionários de saúde e segurança pública, e o chamamentos de servidores dessas áreas que estejam em férias ou licença conforme necessário.
Também foi adiado em 120 dias o recadastramento de servidores aposentados e pensionistas. Os servidores aposentados, pela maior idade, estão no grupo de risco e devem evitar exposições desnecessárias.
“Não há motivo para pânico. Todas essas políticas estão sendo estabelecidas para retardar o avanço do vírus. É uma demonstração importante para que as pessoas redobrem os cuidados e possamos diminuir a velocidade da disseminação do coronavírus e, assim, mantenhamos os casos complexos dentro da capacidade de atendimento da nossa rede de saúde”, explicou o governador em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais.
“Não podemos esperar que não teremos casos de Covid-19 no RS. Mas podemos diminuir o contato social entre as pessoas, diminuindo a exposição ao vírus e, assim, avançará mais lentamente”, acrescentou o governador com base em estudos realizados pelas equipes da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).
Nesta segunda-feira (16/3) e nos próximos dois dias, a rede estadual fará reuniões para se preparar para que essa suspensão ocorra com o mínimo transtorno possível aos alunos e aos pais e para programar como as escolas operarão durante a paralisação. O governo também ressalta que, neste período de duas semanas, os alunos receberão tarefas para serem feitas em casa e que, por enquanto, não está prevista a antecipação das férias.
Além disso, o governo do Estado fará reuniões com representantes municipais, do setor de transportes e da iniciativa privada para que sejam adotadas medidas em todas as instâncias de forma a evitar aglomerações e deslocamento simultâneo de muitas pessoas em ambientes públicos e/ou coletivos.
“Estamos atuando com vigilância e serenidade e não hesitamos em tomar medidas drásticas. Mas vamos fazê-las de acordo com a necessidade no nosso Estado. Repito: não há motivo para pânico e correria. Manteremos a normalidade, apenas com redução de exposição, menor circulação em espaços compartilhados, especialmente de grandes grupos em ambientes fechados, procurando cuidar de nós mesmos para protegermos os outros, principalmente os dos grupos de risco. Por isso, é fundamental a prevenção a partir da chamada etiqueta respiratória e da higienização frequente dos locais”, ressaltou o governador.
Investimentos
Para esta terça-feira (17/3), está previsto o envio de projetos para a Assembleia Legislativa que contemplem contratações emergências de pessoas e equipamentos, principalmente para o Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen/RS), as equipes de regulação hospitalar, do telessaúde (telefone 150) e da Vigilância.
Lembrando que o Estado já obteve um crédito, via Ministério da Saúde e Ministério da Educação, de R$ 57 milhões para o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). O valor será utilizado para a compra de equipamentos para novos leitos e para custeio, incluindo a contratação de profissionais.
Além disso, servidores que tenham regressado de férias durante o período no qual o decreto esteja vigente devem notificar os superiores, antes de retornarem ao trabalho, a respeito do itinerário de viagem. Caso apresentem sintomas, os funcionários deverão ficar em casa, sem prejuízo de remuneração, por, no mínimo, 14 dias. Os assintomáticos deverão permanecer, pelo mesmo período, cumprindo funções em regime de teletrabalho.