Era questão de tempo aparecer os primeiros casos de coronavírus no RS. Em tempos de hiperglobalização, seria inevitável controlar uma epidemia de grande potencial de contágio como essa. Ontem, a Organização Mundial de Saúde decretou situação de pandemia.
Na teoria, trata-se da disseminação mundial de uma nova doença. O termo é utilizado quando uma epidemia – grande surto que afeta uma região – se espalha por diferentes continentes. Atualmente, há mais de 120 países com casos declarados da infecção.
Na prática, o que tende a acontecer em nível global é a intensificação das medidas de prevenção nos diversos países que enfrentam o vírus, bem como o direcionamento de recursos para os grupos mais vulneráveis à doença.
Há, contudo, uma apreensão por parte do órgão máximo de saúde com a falta de ações dos governos. Em nota ontem, a OMS manifestou que a organização tem tratado da disseminação em uma escala de tempo muito curta, e que estão “muito preocupados com os níveis alarmantes de contaminação e, também, de falta de ação [dos governos]”.
É preciso ponderar, no entanto, que não há motivos para pânico. Ao que pese todas as críticas que o SUS sofra, o fato é que desde as primeiras informações de contágio ainda na China, setores técnicos iniciaram avisos e notificações para a proteção dos ambientes hospitalares e postos de saúde.
Neste momento é fundamental serenidade. Deixar o medo propagar pela sociedade dificulta o raciocínio e torna a situação mais assustadora do que realmente é.
No campo econômico, vale a mesma parcimônia. Ainda não é possível fazer qualquer previsão sobre quanto tempo a doença interferirá nas atividades produtivas e na vida das pessoas. Há risco de uma recessão global, de desabastecimento de insumos para indústrias.
Para o Vale, porém, a crise pode ser oportunidade. Como a base econômica local é a alimentação, mercados internacionais podem precisar de mais produtos, em especial as carnes. Apenas uma perspectiva, que ainda não se converteu em realidade.