“Sou mais apaixonado pela narração do que por um clube”

Abre Aspas

“Sou mais apaixonado pela narração do que por um clube”

Aos 35 anos, o vigilante Wagner de Oliveira, o “Guinho” dá os passos iniciais como locutor de rádio. Nesse domingo, o morador de Arroio do Meio narrou o primeiro jogo profissional em estádio e sonha com a possibilidade de um dia participar da transmissão de um GreNal.

“Sou mais apaixonado pela narração do que por um clube”
Arroio do Meio

• Desde quando tem o sonho de trabalhar em rádio?

Sempre tive essa vontade. Desde pequeno, brincava que estava fazendo locução e narrações em rádio. Gosto muito da comunicação e acho que a rádio é uma maneira fácil de interagir com as pessoas. Em julho do ano passado comecei a trabalhar na Rádio Integração de Arroio do Meio na unidade móvel. Depois apareceu a oportunidade de assumir um programa.

• Por que demorou mais de 30 anos para investir nessa carreira?

Pra trabalhar em rádio tem que ter vontade, mas também é necessário técnica. Pra mim, financeiramente não tinha como fazer um curso ou faltava tempo para conciliar os horários. Como sou vigilante, não conseguia fazer à noite.

• E conseguiu fazer o curso?

Então, por acaso, achei um curso de narração esportiva em Porto Alegre. Foram três meses de aulas na capital. Saia muitas vezes do trabalho de manhã, depois de passar a noite acordado, e ficava até o meio-dia nas aulas. Dormia no ônibus para conciliar os horários. Foi bem puxado.

• Você narrou o primeiro jogo in loco no sábado entre União Frederiquense e Cruzeiro de Cachoeira. Como foi essa experiência?

É algo espetacular. O profissional tem elementos para agregar à narração e sente o público. A alma da narração é sentir a torcida.

• Tem um time de coração? Isso pode influenciar na hora de narrar?

Sou colorado e torcedor do Lajeadense. Mas sou mais apaixonado pela narração do que por um clube. Tanto que o TCC do curso foi isso. No teste final, tive de narrar um gol do Maicon do Grêmio feito aos 46 minutos do segundo tempo contra o Internacional. Não me abalei e o professor disse que estava perfeito.

• Quais as referências que você tem na narração?

Na parte técnica, tenho o Pedro Ernesto como referência. Agora, numa referência de comunicação gosto muito do Thiago Suman, que tem um vocabulário amplo e consegue traduzir o jogo, e o Daniel Oliveira, com quem tive oportunidade de trabalhar.

• Tem algum jogo que deseja narrar no futuro?

Narrar um Grenal seria o ápice. Sou bairrista, então não penso em participar de uma Copa do Mundo, por exemplo. Queria sentir o ambiente e ver como é o maior clássico gaúcho.

• Qual resultado ideal para esse jogo?

Pra mim, se desse 4 a 4 tava muito bom. Quanto mais gol conseguiria gritar dentro da jornada esportiva, melhor.

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