Perdas na agricultura ultrapassam R$ 4,8 bilhões

De estiagem para seca

Perdas na agricultura ultrapassam R$ 4,8 bilhões

Falta de chuva para os próximos dias indica que prejuízos no campo tendem a crescer. Dados foram apresentados ontem pela Emater

Perdas na agricultura ultrapassam R$ 4,8 bilhões
Estado

O secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, afirmou na tarde de ontem, na ExpoDireto, que o RS está na iminência de ingressar no status de seca. A informação foi divulgada durante apresentação dos impactos da falta de chuva nas lavouras de milho e soja.

Pelos dados da Emater/Ascar-RS, as condições climáticas atuais ainda são consideradas de estiagem. Frente a perspectiva de que não haverá chuva em valor considerável nos próximos 15 dias, há possibilidade do quadro evoluir.

Pela última avaliação da Emater, apresentada ontem, as perdas já superam R$ 4,8 bilhões só nas lavouras de soja e milho. De acordo com o diretor técnico, Alencar Rugeri, a produtividade despencou 16,4% na soja. Significa que a colheita antes prevista de 3,31 toneladas por hectare foi para 2,7 t/ha.

Ainda que o cenário seja negativo, a safra de verão ainda será a quinta maior da história gaúcha. A produção total prevista é de 28,7 milhões de toneladas, com uma geração de renda em torno dos R$ 32 bilhões.

Custos de produção

No Vale do Taquari, o milho teve uma quebra acima dos 60%. Pela análise da Emater, as perdas são maiores do que a estimativa inicial. No RS, previsão de colher quase 6 milhões de toneladas não irá se confirmar.

A nova perspectiva é que a quebra supere os 21%, com o máximo do RS alcançar 4,6 milhões de toneladas. O milho é das culturas que mais sofre com a falta de chuva. Para o presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag), Joel da Silva, o agricultor do Vale do Taquari será um dos mais prejudicados pelas perdas no milho. “É uma de alimentos. A criação do frango, do suíno e a pecuária de leite terão um custo de produção ainda maiores.”

Ele explica que o motivo para esta previsão está no preço do milho usado para a ração. “Com menos no mercado, haverá uma revisão nos valor. Como o agricultor não conseguiu o suficiente, precisará comprar.”

Na espera por socorro

Na metade de janeiro, comitiva formada pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), governo do estado e entidades como Farsul, Fetag e Fecoagro levaram ao governo federal uma lista de reivindicações para reduzir os impactos sociais e econômicos da estiagem. As medidas para renegociar dividas e criar linhas de crédito estão em análise no setor econômico da União.
Passados mais de 40 dias, nenhuma posição quanto às reivindicações foi informada. “Esperamos uma resposta do governo federal”, diz o presidente da Fetag, Joel da Silva. Mais de cem cidades gaúchas decretaram emergência.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, esteve na abertura da ExpoDireto nessa segunda-feira. Mas não confirmou a renegociação das dívidas dos agricultores e nenhuma outra medida para auxiliar os agricultores que sofrem com a estiagem.

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