Se você iniciou a leitura deste texto, muito obrigado e parabéns! Você deve ser daquelas pessoas que aproveitam o período de descanso também para adquirir conhecimento, acompanhar os fatos na mídia, trocar ideias e desenvolver novas teorias, quem sabe, pensando no amanhã. É o chamado ócio criativo, proposto pelo professor e sociólogo italiano Domenico de Masi, nos anos 90, que traça um futuro em que o trabalho na sociedade pós-industrial será pontuado pela integração entre o estudo e o lazer. Para muitos, não passa de alegoria para “quem prefere mais samba no pé, que pôr a mão na massa”. Na nova sociedade de consumo, isso não é bem uma verdade, principalmente considerando a força que as atividades da Economia Criativa vêm ganhando em termos de contribuição econômica e social nas comunidades que percebem seu potencial.
Quando olhamos o processo de desenvolvimento do Vale do Taquari e identificamos diversas oportunidades nesse escopo de futuro, vejo a importância que essa força propulsora pode representar para toda a região. A Economia Criativa envolve quatro grandes áreas: Consumo, Mídias, Cultura e Tecnologia, que agregam atividades como design, publicidade, marketing, eventos, pesquisa, biotecnologia, tecnologias da informação, moda, artesanato, além de multimídia, conteúdo digital, música, teatro, gastronomia e muito mais.
Um estudo da Fiesp sobre as macrotendências para 2030 traz questões importantes para quem olha para futuro, como a intensificação da demanda por alimentos, o aumento da demanda por energia, mudanças no padrão de produção, o envelhecimento da população e, também, a expansão do entretenimento e do turismo, entre outros – todos aspectos que vão nos exigir, nos próximos anos, novos pontos de vista, gestão enxuta, inteligente e criativa. A disputa nos espaços e nos ambientes de trabalho tende a ser cada vez mais concorrida e o desenvolvimento de competências essenciais para cada um de nós fará toda a diferença na construção das vantagens competitivas que levaremos ao mercado. Em se tratando de empresa, usar os recursos que a indústria criativa nos oferece pode ser fundamental na criação de valor para o nosso negócio e para nos adaptar às mudanças e exigências do mercado. Não se trata apenas de inovar, mas, sim, de estar aberto às tendências, buscar novos conhecimentos e se integrar às ferramentas que podem posicionar sua marca, seu produto e até mesmo você, diante de novas perspectivas.
Em Lajeado, vejo movimentos consolidados nesse sentido. Por ser a cidade polo da região, por concentrar uma economia cada vez mais dinâmica e ainda abraçar uma das instituições de ensino mais reconhecidas do país, esse processo vem se materializando de forma exitosa. E quanto aos demais municípios da região, como andam seus projetos de transformação? Sabemos que as dificuldades financeiras são enormes, que falta apoio dos governos e a máquina pública é limitada. Será sempre um desafio! Esta semana li algo sobre o Movimento da Rua da Praia em Estrela, que sonha transformar a antiga fábrica da Polar em um ambiente cultural para todo o Vale do Taquari. Considero ambicioso e magnífico. Penso nessa possibilidade desde que me mudei pra cá, há três anos e meio. Amei a ideia. Se possível, gostaria de ajudar na viabilidade desse sonho. Vou pensar sobre isso. E você, vai pensar sobre o quê no Carnaval. Quem sabe, abre uns minutinhos de ócio criativo, entre um lazer e outro, e cria algo para o futuro. O Vale do Taquari agradece.