À medida que avançam os trâmites burocráticos, cresce a expectativa da comunidade regional em torno da duplicação da BR-386. Reivindicado faz décadas, o processo enfim parece entrar no compasso necessário, mesmo que a perspectiva de término seja em 2036.
Ontem, a empresa concessionária CCR Via Sul recebeu a licença prévia necessária do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) relativa ao projeto. Conforme o cronograma previsto no contrato com a ANTT, as obras devem iniciar em 2021.
O primeiro trecho a ser duplicado é justamente entre Lajeado e Marques de Souza. A extensão é de 20 quilômetros e se trata de uma das partes mais críticas da BR. O início da obra está programado para ocorrer de fevereiro de 2021 a fevereiro de 2023.
Os cinco quilômetros já duplicados entre Lajeado e Estrela também receberão melhorias. Elas devem acontecer entre 2022 e 2023. Consiste em ampliação da pista, implantação de acostamento, canteiro central, defendas metálicas e faixas adicionais.
Embora o processo de duplicação leve mais de 15 anos, algumas das intervenções mais importantes para a região serão as primeiras a acontecer.
Bandeira histórica do Vale do Taquari, a duplicação de uma das principais rodovias do estado representa um investimento logístico expressivo para a economia gaúcha. Na ponta do mapa do território brasileiro, a distância entre o RS e o centro do país é um dos fatores que fazem o estado perder competitividade em relação a outras unidades da federação.
Além da relevância econômica, a duplicação também é fundamental para a preservação da vida. Intitulada “Estrada da Produção”, a BR também é conhecida popularmente como Estrada da Morte, pelo seu alto nível de acidentabilidade. Somente no ano passado, cerca de 60 mortes foram registrados na rodovia.
A duplicação, portanto, numa perspectiva de médio e longo prazo, resultará não apenas na redução dos custos logísticos, bem como na redução das fatalidades, visto que a maioria dos acidentes acontece nos trechos não duplicados.