Melhorar a mobilidade urbana é um dos grandes desafios de Lajeado. O município, que experimentou um crescimento acelerado nas últimas décadas, agora colhe o ônus do desenvolvimento, com deficiências no sistema viário. O fluxo pesado de veículos em horários de pico e as calçadas danificadas são alguns exemplos.
Por isso, o governo trabalha num amplo estudo para formatar o Plano Municipal de Mobilidade Urbana. O primeiro passo foi a contratação de uma empresa, a ImTraff Consultoria e Projetos de Engenharia, de Belo Horizonte (MG).
A primeira visita da equipe técnica da empresa, conforme o secretário de Planejamento, Rafael Zanatta, será no dia 2 de março. Já no dia 5, será feita uma audiência pública aberta à comunidade. A reunião será no plenário da câmara de vereadores, às 19h.
Os estudos iniciaram em 2018, quando o governo foi comunicado pelo Ministério das Cidades sobre a obrigação em ter elaborar este plano. “A partir daí, preparamos um termo de referência, apontando algumas questões que a cidade precisa se preocupar. Este documento teve análise da Univates e, por meio de licitação, contratamos a empresa que vai elaborar o plano”, afirma.
Embora a licitação tenha sido homologada em novembro de 2019, Zanatta pediu que os trabalhos iniciassem somente em março. “O ideal seria começar após as férias. A cidade para no verão e poderia se ter uma leitura errada dos nossos problemas”, explica.
Gargalos da cidade
A ideia é que o estudo seja feito em cerca de seis meses. Depois, a minuta do projeto será encaminhada à câmara de vereadores. O objetivo neste período, segundo Zanatta, é observar situações e elementos que prejudicam a mobilidade no município e pensar Lajeado para o futuro.
“É importante sinalizar pontos em que o município precisa prestar atenção. Um ponto é diminuir a quantidade de carros nas ruas no mesmo horário. Existem empresas que não são do comércio e que podem adequar o horário de seus funcionários. A Univates concentra muitas pessoas no mesmo local. E temos gargalos que as escolas geram, que são bem pontuais”, exemplifica.
Zanatta também cita algumas demandas que o governo está atento. “O prefeito também tem olhado bastante para o trevo da BRF, que é um ponto de estrangulamento. A rodovia de Conventos é outro ponto que preocupa, está totalmente saturada”, alerta.
Trânsito e mobilidade
Para o mestre e doutorando em Planejamento Urbano e Regional e professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Univates, Marcelo Arioli Heck, o plano deve seguir diretrizes da lei federal de mobilidade urbana. Ou seja, priorizar o transporte coletivo.
“É fundamental pensar num estímulo ao transporte coletivo e também no transporte cicloviário não somente como lazer, mas também como uma rede, para os deslocamentos diários. E, por fim, a questão das calçadas, da acessibilidade e da sinalização de um modo geral”, afirma.
Heck lembra que há diferenças sobre trânsito e mobilidade, sendo que o primeiro pensa mais na fluidez dos veículos, enquanto o conceito de segundo abrange a circulação de pessoas, bens e toda a infraestrutura. “Todo o sistema deve ser pensado coletivamente. E é preciso ter metas e indicadores, fazer um monitoramento constante e ver se o plano funciona de modo geral”, comenta.