Chega de tolerar o racismo no futebol

Opinião

Caetano Pretto

Caetano Pretto

Jornalista

Colunista esportivo.

Chega de tolerar o racismo no futebol

Mundo

Atacante francês de origem malinesa, Moussa Marega é um dos destaques do Porto, de Portugal. No domingo, resolveu a partida para o seu time ao marcar o gol da virada sobre o Vitória de Guimarães. Feito que ficou em segundo plano frente aos acontecimentos posteriores.

Marega sofria desde o aquecimento com cânticos e provocações racistas da torcida adversária, que se inflamaram ainda mais ao ver o atacante marcar o gol. Cadeiras e outros objetos foram atirados em direção ao jogador. Na comemoração, o atacante batia com uma das mãos sobre o braço para demonstrar orgulho de sua cor (foto).

Apesar da gravidade dos insultos, o árbitro advertiu Marega com cartão amarelo por supostamente provocar a torcida que o atacava. Ao ver o cartão, o jogador não pensou duas vezes em sair de campo. Os companheiros tentaram segurá-lo, mas Marega estava decidido, e correto, na sua forma de protesto.

Passou da hora da FIFA e dos clubes tratarem da forma correta o racismo no futebol. O esporte não é uma terra sem lei. Casos como o de Marega deixaram de ser isolados e vêm crescendo nos últimos anos. Taison, Dentinho, Balotelli e Moise Kean foram alguns dos jogadores famosos que sofreram na pele com cânticos e insinuações racistas recentemente. Há ainda os inúmeros casos de jogadores abaixo da linha da fama, de ligas menores ou até de campeonatos amadores, que sofrem por algo que deveria ser motivo de orgulho.

O pior é que ainda tentam amenizar tais atitudes. No caso de Marega, o presidente do Vitória de Guimarães alegou que foi o jogador que provocou a torcida. Moise Kean, quando sofreu com cânticos racistas, viu o capitão da Juventus, Bonucci, dizer que o jogador tinha 50% de culpa. Taison, Dentinho e Marega tentaram sair de campo e viram seus companheiros lutarem contra a sua atitude, quando na verdade deveriam aplaudi-la.

Se o time inteiro do Porto saísse de campo ao perceber a escrotidão da torcida adversária, o ato não passaria em branco. Não cabe apenas à vítima se revoltar e tomar alguma atitude. Até porque nesses casos, todos nós como sociedade somos vítimas. O futebol não é um mundo à parte, e se estes atos ocorrem dentro do estádio, é porque algo fora dele também está errado.


O meteoro Haaland

Nenhum jogador chama mais a atenção na temporada europeia do que Erling Braut Haaland. O norueguês de 19 anos ainda tem cara de criança, mas apavora todas as defesas que enfrenta. Não é por menos. Na terça-feira, marcou duas vezes contra o PSG, dando a vitória por 2 a 1 para o Borussia Dortmund. Já são dez gols na Champions League, torneio em que é goleador. Pelo Borussia, time que o contratou do RB Salzburg em janeiro, já são 11 gols em sete jogos.

 

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