Antes eram 17 doses e agora faltam apenas três. A jovem Jaqueline Kolling Borges, de 21 anos, moradora de Paverama, ganha um novo estímulo para seguir na luta contra a leucemia. Depois de receber a notícia que o transplante de medula óssea precisou ser adiado por conta de resíduos da doença em seu organismo, uma família de Porto Alegre doou 14 doses de Blincyto.
O tratamento com esse medicamento tem o efeito de limpar a medula. Jaqueline precisa de mais três doses para completar o ciclo de 17 etapas. O remédio, que tem o custo de R$ 12 mil a 15 mil cada, foi indicado pelo Hospital de Clínicas, de Porto Alegre.
Com a doação desta quantidade, a jovem de Paverama foi internada nesta quinta-feira, dia 20, no Hospital Bruno Born para iniciar o tratamento que tem a duração de quatro semanas. Neste intervalo, a família busca recursos para conseguir as doses faltantes.
“Quando ela desceu do carro e chegou na minha casa, vi minha filha ali”
Conforme Leandro Borges, pai de Jaqueline, Tiago Cardoso e Mylena Lencina, de Porto Alegre, entraram em contato pelo telefone da Vakinha Online anunciando que tinham doses do Blincyto, pois a filha Nathália do casal faleceu antes de iniciar o tratamento.
Cardoso perdeu a filha Natalia, de 7 anos, há sete meses. Eles também ganharam o medicamento de uma família de Mato Grosso do Sul. “O remédio foi de Bianca para Nathália e de Nathália para Jaqueline. Me sinto feliz por conseguirmos ajudar outra criança”, declara.
Cardoso soube de Jaqueline por meio de um amigo, que viu a publicação no Facebook e, na noite de terça-feira, não conseguiu dormir. “Estava ansioso para avisar a família de Paverama que tínhamos algumas doses do Blincyto. Liguei para eles a 1h da madrugada”, relembra.
As famílias marcaram a retirada dos medicamentos na quarta-feira. A Secretaria de Saúde de Paverama auxiliou com o transporte até Porto Alegre. “Quando ela desceu do carro e chegou na minha casa, vi minha filha ali”, relata Cardoso.
Borges relata que a família está muito feliz e confiante após o repasse deste medicamento. “Agora seguimos a caminho do transplante previsto para março.”
Histórico do tratamento
Após meses em busca do doador compatível conquistado em novembro do ano passado, a família de Jaqueline passou por outra angústia: a falta de leitos no Hospital de Clínicas. A vaga na casa de saúde poderia demorar cerca de seis meses, segundo os médicos.
Uma mobilização popular viabilizou a conquista de um leito no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. A primeira consulta de Jaqueline estava marcada para 21 de janeiro, porém um agravamento no estado de saúde adiou a ida.
