Começo de ano violento desafia autoridades no Vale

Segurança Pública

Começo de ano violento desafia autoridades no Vale

Em janeiro e fevereiro, foram pelo menos dez mortes violentas na região. Lajeado e Estrela são as cidades com mais assassinatos

Começo de ano violento desafia autoridades no Vale
Polícia tenta reunir informações dos órgãos de segurança para atuar nos locais onde há maior incidência de crimes
Vale do Taquari

Nos dois primeiros meses deste ano, foram sete assassinatos na região. Os crimes foram em Lajeado, Estrela e Encantado. Junto com esses, o confronto da Brigada Militar com assaltantes resultou em três criminosos mortos. Ao todo, representa dez mortes violentas em menos de 40 dias.

Na avaliação dos órgãos de segurança, os crimes estão ligados ao tráfico drogas e também a vinganças relacionadas às gangues que controlam as bocas de fumo. Essa escalada da violência inclusive é um dos temores debatidos pelo Gabinete de Gestão Integrada (GGI) de Lajeado.

Pela análise das autoridades, a tendência para os meses de janeiro e fevereiro é de aumento nos crimes de roubos, arrombamentos e homicídios. Pelos indicadores , se trata de uma situação cíclica. Envolve a questão de menos pessoas nas ruas, em especial à noite, famílias em férias que deixam as casas sem vigilância, e, quanto aos crimes contra a vida, ocorrem acertos de contas entre traficantes.

Para enfrentar a onda de crimes, as forças de segurança apostam na inteligência policial. A partir do cruzamento de informações das corporações, são avaliadas as ocorrências, com dados específicos com relação aos horários, local e dia da semana. Com essas informações, pretende-se criar planos para atuação intensiva sobre os locais com mais incidência de crimes.

Conforme a investigação, a maioria dos homicídios tem relação com a venda de drogas. Como nos quatro assassinatos ocorridos no primeiro fim de semana deste mês. O delegado regional, José Romaci Reis, aponta que deste total, pelo menos três vítimas tinham envolvimento com o tráfico.

Análise estadual
Ontem a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) apresentou os indicadores criminais de janeiro. O acompanhamento mostra que o número de vítimas de homicídios no Estado caiu de 229 no mesmo mês do ano anterior para 145. Uma redução de 36,7%.

Apenas 35 dos 497 municípios gaúchos tiveram mais homicídios do que no mesmo mês do ano passado, sendo que em 25 deles houve uma vítima a mais, e nos outros houve duas mortes a mais. Em 402 cidades, foi registrada estabilidade no total de assassinatos, dos quais 392 mantiveram o índice zerado.

Por outro lado, a violência contra a mulher aumentou. O número de feminicídios em janeiro aumentou de três casos em 2019 para dez neste ano. Entre as vítimas, apenas uma contava com medida protetiva concedida pelo Judiciário. Ou seja, na quase totalidade os casos só chegaram às autoridades quando ações preventivas já não eram mais possíveis.

Pela análise da SSP, a situação reflete um dos principais obstáculos à atuação das forças de segurança para evitar feminicídios. Embora a maioria desses crimes seja o ponto final de um ciclo crescente de agressões anteriores, também na maioria dos casos nenhuma informação que permitisse ações de prevenção.

Conforme a delegada Cristiane Ramos, que responde interinamente pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), essa realidade reforça o papel fundamental das denúncias, seja das próprias vítimas ou de parentes, amigos ou vizinhos, para a identificação e repressão de agressores.

Apesar da alta significativa entre os feminicídios , nos outros quatro indicadores de violência contra a mulher monitorados pela SSP o resultado foi positivo em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. As tentativas de feminicídio no RS caíram de 44 para 32 (-27,3%), os estupros reduziram de 184 para 134 (-27,2%), as ameaças diminuíram de 3.765 para 3.359, e as ocorrências de lesão corporal passaram de 2.116 para 2.083 (-1,6%).

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