Quando eu era criança – talvez com cinco ou seis anos de idade –, meus pais ouviam a Rádio Independente. Eu achava o máximo quando aquelas vinhetas marcantes irradiavam a casa, lá no interior de Chapadão, hoje pertencente ao município de Santa Clara do Sul.
Em época de eleições ou fatos pitorescos, era costume a família sentar ao redor do rádio e escutar o que falariam Lauro Mathias Müller e os seus locutores. Embora minha compreensão fosse limitada, aquela magia do rádio me causava uma sensação muito boa. A imaginação sobre a fisionomia dos radialistas e a dinâmica por detrás daquele som era fascinante.
Os anos passaram, as circunstâncias se impuseram e, em 1992, o Grupo Independente assinava minha carteira de trabalho. O meu primeiro dia na emissora foi uma mistura de nervosismo, euforia e um tanto incrédulo com o novo emprego. Parecia irreal.
Mais uma vez, os anos se passaram, compartilhei emoções, amizades, muito trabalho e uma grande admiração pelo meio rádio e, especialmente, pela Independente, sua história e seu jeito de fazer rádio. Foram quase 15 anos de aprendizados, de troca de experiências e, acima de tudo, de relacionamentos com colegas e o mercado. Muitos se tornaram meus amigos e seguem até hoje. Outros, parceiros comerciais no rádio e depois no jornal, todos importantes na minha vida.
Em 2009, foi momento de me despedir do lugar onde comecei minha vida profissional na comunicação. Era hora de “queimar os navios”, deixar para trás os colegas do rádio para caminhar com novos parceiros, no jornal A Hora, onde antes cumpria pequena jornada. Ainda que o semanário já tivesse quase uma década de existência, ele era pequeno e faltava muito para se consolidar na comunicação regional.
Foi um duplo desafio. De repente, o apoio de colegas experientes foi substituído por um grupo de jovens jornalistas e repórteres, todos mais novos do que eu, na época com 33 anos.
Novamente, os anos passaram, os desafios se multiplicaram, os resultados surgiram e, com a mesma intensidade de sempre, as relações e lastros virtuosos compensaram o esforço. Agora, com os “novos colegas” já experientes e prontos para novos desafios, A Hora dá um novo passo: agrega uma emissora de rádio ao seu cotidiano.
Em 1º de julho de 2020, A Hora alcança sua maioridade – completa 18 anos. Apesar de jovem, começa a consolidar sua história na comunicação regional. E, com a mesma humildade e convicção do princípio, sinto um caminho promissor pela frente.
Assim conto um pouco da minha história, mas por detrás e junto dela, estão as histórias dos Fernando’s, Giovane’s, Martini’s, Sandro’s, Leila’s, Thiago´s, Lisiane´s, Fábio’s e todos os colegas que estão ou já passaram pelo A Hora. Cada um tem ou teve parcela fundamental na construção da marca A Hora, dos seus resultados e das relações construídas.
Aos 18 anos, o A Hora se atreve a ser um grupo. E penso que alcançou esta legitimidade. Agora, com uma rádio, reforça sua missão e visão, respaldadas pelos seus valores: independência editorial; defesa da pluralidade, da liberdade de expressão e da livre iniciativa; respeito à diversidade; compromisso com a ética e a verdade; estímulo à inovação e apoio à educação.
Os princípios norteadores do Grupo A Hora são inegociáveis. A mesma convicção e qualidade traduzidas no impresso e nas demais plataformas ou negócios do grupo, serão também na emissora.
A aquisição da Sorriso FM – que se chamará A Hora 102.9 – chega em momento convergente para expandir plataformas, produtos e serviços. E a razão deste movimento tem alvo certo: servir melhor a comunidade. Junto, vem o desejo de gerar renda e crescimento aos 80 profissionais ligados direto e, indiretamente, aos negócios do A Hora, sejam eles dos jornais, das revistas, do estúdio de conteúdo, logística e agora rádio.
Para as pessoas crescerem, o negócio precisa se fortalecer e evoluir. E a engrenagem se legitima quando o propósito está alinhado com a missão da organização. No caso do Grupo A Hora, é contribuir para a transformação e fortalecimento da região, o que reflete na geração de riqueza e renda para as pessoas que aqui vivem.
Fecho a coluna de hoje com gratidão, e dedico meu entusiasmo aos colegas, amigos e parceiros que cruzaram meu caminho na comunicação desde 1992, aos quais deixo um abraço e o convite para fazermos juntos – todas as emissoras do Vale –, o melhor rádio do interior do Rio Grande do Sul.
Sempre em frente!