Empresários de todo o Estado ficaram oito dias nos Estados Unidos para participar da missão do Sebrae-RS na NRF Big Show 2020, a maior feira mundial do varejo. O evento reuniu mais de 38 mil pessoas de 99 países, 800 expositores e 300 palestrantes durante três dias.
Após a feira, os empresários gaúchos participaram de visitas técnicas em empresas de destaque global. Entre elas estavam marcas como Amazon 4-Star, Chelsea Market, Neighborhood Goods, Starbucks Roastery, IKEA Planning Studio, Casper, Flying Solo, Rebag Flagship, Brompton Bikes, B8ta, Little Spain, Hudson Yards e The Shops.
O empresário lajeadense Ricardo Diedrich foi um dos participantes da missão do Sebrae-RS. Segundo ele, a experiência é instigante e inspiradora. “Voltamos acelerados, querendo inovar nas nossas empresas ou mesmo abrir novos negócios. Nos transformou em profissionais mais preparados para enfrentar o mercado.”
Conforme Diedrich, a principal tendência do varejo global é o foco profundo nas pessoas. “Cuidar dos clientes e dos funcionários, com carinho, emoção, afeto e, principalmente, autenticidade”, destaca. Para o empresário, a experiência em Nova Iorque mostrou que é cada vez mais importante o atendimento e a humanização, além de oferecer tudo ao mesmo tempo, em todos os canais.
De acordo com o coordenador estadual de projetos de varejo no Sebrae RS, Fabiano Zortéa, foi possível perceber que as empresas crescem em faturamento quando envolvem o colaborador em todos os processos e tem opções diversificadas com parcerias entre outras empresas.
“As jornadas de compras precisam ser facilitadas, cada vez mais o varejo precisa fazer uso de data driven para entender o que o cliente necessita”, aponta. Segundo ele, o mais importante nesse processo é o senso de comunidade, que ocorre quando o empresário está atento ao seu entorno e quais são as reais necessidades do seu bairro.
Visitas inspiram para inovação
O roteiro de visitas pós-NRF começou na Levi’s Store, uma loja centenária que se reinventou para conquistar o público jovem. Conforme Zortéa, a empresa criou uma atmosfera divertida, com o som alto voltado para a percepção sensorial e apostou na customização, de forma a transformar os produtos em exclusivo.
“Há um display para escolher a camiseta e personalizá-la, por exemplo. Isso tudo vai dando uma conexão afetiva com a marca porque o produto passa a ter um valor agregado muito maior”, destaca. Para ele, esse é um varejo que dá certo, que não troca produto por dinheiro, mas garante uma experiência sensorial e de customização para que o consumidor tenha produtos especiais.
Outra empresa visitada foi a Showfields, uma loja de departamentos com mais de 40 marcas que mistura arte, diversão e entretenimento no mesmo espaço. A loja tem quatro andares divididos por pequenos espaços personalizados e permite que startups tenham sua primeira experiência física. “O consumidor pode dar feedbacks e ver se o negócio pode ser escalável. É o futuro da loja de departamentos.”