Produção gaúcha está em alerta com epidemia do Coronavírus

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Produção gaúcha está em alerta com epidemia do Coronavírus

Setor da suinocultura é um dos mais preocupados com a situação no continente asiático, já que oito frigoríficos foram habilitados recentemente para exportação, incluindo um no Vale do Taquari

Produção gaúcha está em alerta com epidemia do Coronavírus

O Rio Grande do Sul acompanha com atenção os desdobramentos e as medidas adotadas pelo governo da China quanto ao surto do Coronavírus, que teve origem em uma das maiores cidades do país e começa a se espalhar para outras localidades.

A preocupação de indústrias, empresários, produtores e autoridades encontra explicação no fato da China ser o destino de quase metade (45%) das exportações do agro gaúcho. Especialistas afirmam que é cedo para fazer especulações e que as informações sobre a origem e causas da doença ainda são recentes.

Para o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, ainda é difícil avaliar possíveis impactos na economia gaúcha por conta do Coronavírus. “A China é o nosso principal comprador. Compra grãos, carnes. Dependendo da extensão do problema, pode ser que o nosso mercado fique meio travado sim”, opina.

Como os impactos ainda estão no campo da especulação, Luz diz que a Farsul discute internamente as possibilidades, mas descarta adotar qualquer medida concreta a ser tomada. “Não é a primeira vez que essas coisas acontecem. Alguns vírus assustam no início e vão embora. Outros são, de fato, problemáticos. Mas estamos acompanhando e monitorando a situação”, garante.

Principal destino da carne suína
A China foi o principal destino da carne suína brasileira em 2019. E continuará sendo em 2020, com direito a preço recorde. Mas o surto do Coronavírus aparece como ameaça às projeções positivas.

“Estamos em estado de observação, sobre o que acontecerá e no que essa epidemia vai impactar a questão comercial, tanto de importação quanto de exportação”, salienta o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador.
Folador lembra que, historicamente, a exportação da carne suína brasileira é menor no primeiro trimestre. Por outro lado, a expectativa de alta no preço era um estímulo a mais para o setor. “No mesmo período no ano passado, o preço do quilo do suíno vivo estava abaixo de R$ 4. Na mesma época em 2020, está R$ 5,18. Estamos em outro patamar de preço”, comenta.

Frigoríficos habilitados
A situação do outro lado do mundo também preocupa o setor no estado, já que, no ano passado, a China habilitou oito frigoríficos gaúchos a exportar seus produtos, incluindo o da BRF, em Lajeado.

“O Vale do Taquari é responsável por 23% da produção de carne suína no RS. É a região que mais se destaca, com um potencial grande. Em todo o estado, são oito frigoríficos habilitados. Essa situação deixa todos com as barbas de molho. Pode, sim, atrasar o início das exportações”, pondera.

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