Detalhes sobre a concessão à iniciativa privada de seis rodovias estaduais que passam pelo Vale do Taquari foram abordados em audiência da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC-VT) e secretário de Governança e Gestão Estratégica, Cláudio Gastal.
Durante o encontro, realizado na tarde de ontem, em Porto Alegre, representantes da CIC-VT e empresários reforçaram o interesse em acompanhar e opinar sobre o processo de concessão. “Se o processo der certo, teremos estradas melhores e isso é bom para todo mundo”, ressalta o presidente da entidade Pedro Barth.
Um documento foi entregue ao secretário estadual com pedidos de duplicação e alargamento de pistas (veja no quadro fechado).
Um dos trechos é de Venâncio Aires a Muçum. No documento, a CIC-VT lembra que 11 municípios lindeiros à rodovia já custearam, em 2012, o Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) e o Relatório Técnico de Vistoria Ambiental (RTVA) para execução da obra.
A entidade reforça ainda a importância das rodovias para escoamento da produção local. “Essas estradas não comportam mais o número de veículos. Precisamos melhorara a infraestrutura viária para desenvolver mais”, defende Barth.
Presidente do Conselho de Administração da Dália, Gilberto Picinini citou prejuízos sem a duplicação como os atraso de carga e possibilidade de acidentes.
Gastal afirmou o interesse do estado em manter um canal aberto com a comunidade nas discussões sobre a entrega das rodovias à iniciativa privada. À convite da comitiva, o secretário estadual participará de uma reunião para explicar o plano de concessões aos empresários. A data da palestra ainda é indefinida.
O encontro foi articulado pelo diretor de Assuntos Institucionais da CIC-VT e conselheiro da Federasul, Oreno Ardêmio Heineck
Cobrança eletrônica
O documento entregue pelo grupo também solicitava a cobrança eletrônica do pedágio na região. Para Barth, o modelo evitaria a perda de tempo e gastos com as paradas nas praças. “No mundo inteiro existe esse sistema. Só no Brasil patinamos ainda com esse sistema manual”, aponta.
A inovação, entretanto, foi descartada por Gastal durante o encontro. Para o secretário estadual, limitar a possibilidade de cobrança apenas ao sistema eletrônico poderia gerar transtornos aos motoristas. Presidente da EGR, Urbano Schmitt também citou que a legislação federal não permite esse tipo de cobrança.
Sobre as concessões
O projeto está na fase de estudos e modelagem, sob responsabilidade do BNDES, etapa que deve levar dez meses. Após, o governo promete realizar audiências públicas para discutir valores e obras a serem realizadas na rodovia. O edital deverá ser lançado em 2021.
Reivindicações da CIC-VT
Duplicação da RSC 453, ERS 130 e ERS 129 do trecho de Venâncio Aires a Muçum;
Duplicação da RSC 453 no trajeto de Estrela a Teutônia;
Adoção da cobrança eletrônica de pedágios.