João Daniel Schneider, 74, decidiu ainda cedo que queria ser cabeleireiro. Abandonou o trabalho em uma fábrica e abriu o seu salão. Um dos mais antigos barbeiros de Lajeado, está 56 anos na profissão. Neste tempo, dividiu trabalho com o filho, e hoje é colega de seu neto, Cássio Fornari.
• Como iniciou na profissão?
Foi por vontade própria. Eu queria ser cabeleireiro. Trabalhava em uma fábrica e nas horas de folga eu cortava o cabelo dos guris da vizinhança. Era uma coisa que eu gostava de fazer. Criei o gosto até chegar ao ponto de abrir uma barbearia. Fiquei seis anos atendendo em uma esquina do outro lado da rua. Neste ponto eu estou fazem 50 anos.
• Qual é o segredo do sucesso nesse ramo?
O sucesso é fazer o que gosta. Eu sou a prova. Estou com 74 anos e ainda trabalho uma média de 10 a 11 horas por dia.
• Quais os maiores aprendizados que teve ao longo da carreira?
Se aprende sempre. Quando comecei não tive acesso à escola. Depois de um tempo que estava trabalhando eu consegui fazer cursos de aperfeiçoamento. Depois ajudei a fundar o Sindicato dos Cabeleireiros de Lajeado, na qual fui presidente por um período. Ali tivemos muitas oportunidades de participar de congressos e cursos. Fui a São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Londrina e outras cidades. Aqui no estado eu fui para muitas cidades me aperfeiçoar nos festivais de cabeleireiros. É uma coisa que eu gostava e achava valido. A gente não pode parar no tempo. Temos que nos aperfeiçoar para ter chance no mercado.
• Você já teve como colega o seu filho, e hoje trabalha com o seu neto. Como é manter essa relação de trabalho com a família?
É muito bom. O meu filho trabalhou dez anos comigo e também gostou muito da profissão. Depois mudou de ramo, botou umas lojas. No fim não podia fazer as duas coisas e optou por ficar na loja. E então surgiu o neto, o que foi uma surpresa para mim. Ele estava em um bom emprego e estudava Arquitetura e Urbanismo. Abandonou para trabalhar de cabeleireiro. Ele disse que gostava e isto está aprovado. Ele já está três anos comigo e está dando muito certo.
• Qual o seu cliente mais antigo?
Tenho clientes que estão comigo há 56 anos, desde o início da barbearia. Posso até citar alguns, como o Sr. Severino, que foi um dos meus primeiros clientes. Até hoje ele vem. Além disso, acredito que tenha cortado o cabelo de quatro gerações de algumas famílias.