Manchas claras de um produto ainda desconhecido boiando sobre o Rio Taquari têm sido vistas em diversos municípios da região. O material forma uma espuma clara e tem aspecto oleoso. Relatos de moradores dão conta de que a substância apareceu nos últimos dias e já foi vista em Muçum, Roca Sales, Lajeado e Estrela.
Ontem à tarde, era possível verificar manchas no encontro dos rios Taquari e Forqueta, nas proximidades da ponte de ferro. A margem da cascalheira, ponto tradicional de banhos aos fins de semana, ficou marcada pela espuma. Nas pedras, era possível verificar resquícios do produto.
Hoje, a Defesa Civil e as equipes de fiscalização do meio ambiente de Roca Sales farão uma espécie de pente fino no rio. A fiscalização vai descer desde o município de Santa Tereza verificando onde há pontos com presença da espuma.
Empresas localizadas às margens do Taquari também serão fiscalizadas, para tentar desvendar a procedência.
Espuma desconhecida
Até o fechamento da edição, não havia informações sobre que tipo de produto se trata e de onde pode ter sido despejado. A suspeita é de que seja material proveniente da indústria, que pode ter sido despejado no fim de semana, quando choveu. Com a baixa do rio, a espuma se concentra em áreas com formato de enseada.
Não foi constatada morte de peixes ou outros animais. Ainda assim, a situação requer atenção.
“A situação preocupa pelo fato de que prejudica todo o ecossistema aquático”, afirma o biólogo do município de Roca Sales e coordenador do núcleo de educação ambiental do Programa de Recuperação Sustentável da Mata Ciliar do Rio Taquari.
Em Roca Sales, as manchas foram vistas nas proximidades do complexo Parque Náutico de Lazer.
Equipes chamam reforço
A fiscalização acionou a promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público. O MP enviou ofícios à Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram) e a Fundação Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). O objetivo é descobrir qual a composição da substância e de onde ela vem.
“Queremos que a Fepam venha fazer a análise. Precisamos saber a natureza deste produto e quem despejou. Não é um problema só de Roca Sales, é de impacto regional. O rio não tem divisas. Os municípios devem se unir para chegar a uma solução”, argumenta Prade.