Caumo e Gláucia concorrem à reeleição

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Caumo e Gláucia concorrem à reeleição

Oposição ainda procura melhor caminho
“Eu vou. E a Gláucia também”, sentenciou o prefeito Marcelo Caumo esta semana, ao referir-se sobre a corrida à reeleição em outubro próximo. Que Caumo concorreria a um segundo mandato estava praticamente certo, no entanto, pairava uma dúvida quanto ao candidato a vice. Segundo ele próprio, não resta dúvida. O PP repetirá chapa pura, com os mesmos nomes que chefiam o Executivo hoje.
Caumo sabe que terá que se explicar sobre aquele documento protocolado antes das eleições de 2016, onde promete não concorrer à reeleição. “Realmente vou descumprir aquele compromisso assumido. Mas os demais três que assumimos, já estão integralmente realizados. De quatro, vou descumprir um”.
Se a situação está com os nomes definidos dez meses antes do pleito, da oposição não se pode dizer o mesmo. Quando se desenha uma possível aliança entre os partidos oposicionistas, surgem novos fatos. Como por exemplo, a pré-candidatura de Sérgio Kniphoff (PT), que lançou o nome para prefeito a fim de colher um feedback das ruas.
Já o MDB continua sem uma definição entre Carlos Ranzi e Márcia Scherer. Fala-se que pesquisas serão os balizadores para ratificar a cabeça de chapa emedebista. Pelo que se sabe, pesquisas já foram feitas e mesmo assim, não houve uma decisão oficial. Ou, por alguma questão de estratégia, o partido já sabe quem concorrerá para esperar uma hora “certa” de fazer o anúncio. Isso é do jogo.
Além de Caumo, Sérgio, Márcia ou Ranzi, tem ainda Daniel Fontana articulando pelas beiradas e se anunciando pré-candidato a prefeito. Trata-se de um franco atirador, que ao fim e ao cabo, poderá ter o “passe” valorizado, dependendo para que lado pender.
Faltando cerca de oito meses para o início da campanha eleitoral, fica evidente a convicção situacionista, que já decidiu apostar todas as fichas na reeleição da dupla atual e muita incerteza do lado oposicionista. Ou talvez não seja tanta incerteza, mas sim, uma espera estratégica pelo melhor momento para anunciar os nomes.


pedagio fábio kuhn 2020 - coluna fernandoA volta do pedágio

Uma coisa é certa. Trafegar pela BR-386 desde que a CCR Via Sul assumiu a rodovia está muito melhor. Virou uma estrada decente, bem sinalizada, com pista de qualidade e manutenção permanente. Claro, a conta vem a partir de fevereiro, quando inicia a cobrança nas duas praças que ficam entre Lajeado e Porto Alegre.
Dois pedágios em um trecho de 100 quilômetros é muita coisa. Vai pesar no bolso dos motoristas, das empresas e do cidadão. O certo seria termos estrada boa e sem pedágio, visto que já pagamos tributos que deveriam ser aplicados na manutenção das rodovias. Mas, já que estamos no Brasil, não restam muitas opções a não ser pagar duas vezes. Deixar as rodovias nas mãos do Estado já se mostrou ineficaz um par de vezes, vide a ERS -130, onde mesmo com pedágio, a situação é deplorável.


Para onde as greves nos levam mesmo?

Desde a década de 70, os professores estaduais fazem greve no RS. Entra e sai ano. Entra e sai governo. E nada muda, a não ser para pior. A constância das greves ao longo das últimas décadas gerou uma natural perda de impacto da iniciativa e não logrou mudar para melhor o quadro da educação pública. Depois de dezenas de greves, muitas delas por meses a fio, professores se mostram ainda mais insatisfeitos e desapontados com a carreira e a qualidade do ensino não evoluiu. Lamentável diante da necessidade premente de elevarmos os índices educacionais para construirmos uma sociedade melhor.
A reclamação dos professores é mais do que coerente, a começar pela baixa valorização da carreira, em comparação com a nobreza da atividade em outros países. Também têm toda a razão em se preocupar com a violência e a indisciplina nas salas de aula, frutos de uma deterioração dos valores na sociedade e da erosão do respeito pela escola.
Pelo histórico, a solução para melhorar a vida dos professores gaúchos não está em novas e extensas paralisações. O diálogo construtivo permanente e a pressão positiva da sociedade para corrigir os desvios que atingem a atividade educacional podem ser muito mais produtivos do que deixar milhares de alunos sem aulas.
Está consolidado que a estratégia por greve não favorece os professores, muito menos os alunos ou os pais dos estudantes. Está na hora de evoluirmos nesta área tão vital para o desenvolvimento da nação gaúcha.
 

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